Os comentaristas do Gizmodo

Mural de bolinhas luminosas com a palavra Gizmodo no canto inferior esquerdo.

No dia 15 de dezembro de 2020, Caio Maia, diretor editorial da F451, um estúdio de conteúdo digital sediado em São Paulo (SP), publicou um breve post no Gizmodo Brasil informando os leitores de que o espaço para comentários da publicação havia sido fechado. Foi a última página de uma longa história, de mais de dez anos, de uma comunidade online exemplar transformada no espaço privado de um pequeno grupo de leitores ruidosos. “Essa época passou, não temos saudades dela,” escreveu Caio, referindo-se aos tempos áureos, quando bons debates brotavam embaixo de cada post publicado no Gizmodo.

A história dos comentaristas do Gizmodo Brasil se confunde com a da própria internet comercial. Quando o blog, versão brasileira do original norte-americano, estreou no final de 2008, veio com um sistema de comentários, algo esperado em qualquer site de conteúdo naquele período. Mas o do Giz foi além de apenas marcar presença. Não tardou para que fosse criada ali uma comunidade ativa e construtiva, disposta a enriquecer o conteúdo produzido pela equipe editorial em troca de mais conhecimento e até certa camaradagem entre os participantes mais assíduos, a ponto de marcarem encontros presenciais na capital paulista.

Eu vi parte dessa história por dentro. Entre 2012 e 2013, trabalhei como repórter no Gizmodo. Nessa época já havia muitos pseudônimos metidos a engraçadinhos nos comentários, mas não era uma galhofa total e havia algum nível de respeito. Os comentários eram uma parte legal da rotina, de verdade. Quando o clima azedou eu já não estava mais lá, mas foi triste, mesmo de longe, acompanhar a derrocada lenta e melancólica — apesar da zoeira e das risadas virtuais incessantes durante todo o processo — até a decisão de acabar com os comentários. Sete anos separaram os dois eventos, uma vida em tempo de internet.

Esta é a história dos comentaristas do Gizmodo, contada por alguns dos principais personagens de ambos os lados.

O começo do fim

A crise derradeira nos comentários do Gizmodo começou no dia 10 de dezembro de 2020, quando o jornalista Kaluan Bernardo assumiu como editor-chefe do site, sucedendo Guilherme Tagiaroli. De cara, Kaluan baniu alguns comentaristas que, segundo ele, abusaram do direito de comentar ali.

O Gizmodo não tinha nem nunca teve regras de convivência para os comentários, ou seja, não havia critérios definidos para embasar os banimentos, embora fossem recorrentes mesmo antes da chegada de Kaluan.

A fama dos comentaristas do Gizmodo (entenda por esse termo os perfis mais assíduos do site) era conhecida e há bastante tempo. Carregados com um humor meio infantil, por vezes ofensivo, eles dominavam o ambiente e transformavam cada post em uma sala de bate-papo semi-particular, publicando comentários de quaisquer assuntos que lhes ocorressem, boa parte sem relação com o do post a que estavam atrelados. Muitos banidos não se abatiam e criavam novas contas, voltando à ativa. Comentaristas novatos e/ou que insistissem em propor debates minimamente sérios por vezes eram hostilizados.

Apesar de assumidamente brincalhões, os banimentos do recém-chegado Kaluan geraram revolta entre o grupo de comentaristas — alguns deles entre os banidos. Legolas, pseudônimo adotado por Kelvin Sá Rodrigues, 27 anos, de Canoas (RS), saiu em defesa dos colegas e fez um apelo: “Sempre fomos uma comunidade unida de certa forma, as figurinhas carimbadas que aparecem por aqui sempre mantiveram a postura. Espero que levem isso em consideração.”

Homem com a mão no queixo, com blusa branca, em frente a uma janela.
Kelvin não se diz reacionário, mas reconhece que há reacionários no grupo de comentaristas do Gizmodo. Foto: Arquivo pessoal.

Não adiantou. Dali a alguns dias, os comentários foram limados do Gizmodo. Tentei falar com Kaluan, que me indicou o Caio como quem falaria em em nome do site.

“Apareceu esse assunto numa reunião, e eu falei: ‘Caras, eu não quero ter essa conversa sobre comentários de novo,'” relembra Caio. “Esse é um assunto que toma mais tempo nosso do que merece. Acho que passou essa época. Os comentários do Gizmodo foram importantes para nós, hoje não são mais, e acho que é isso. Durante muito tempo a gente teve medo de jogar o bebê fora com a água do banho, né? Agora a gente chegou à conclusão de que infelizmente tem muito mais sujeira lá do que bebê.”

O perfil do comentarista do Gizmodo

O grupo de comentaristas do Gizmodo é relativamente pequeno. Kelvin e Eric Mac Fadden, 38 anos, de Campinas (SP), outro participante contumaz dos comentários e que participa ali com o quase-pseudônimo Epic Mac Fadden, meio que lideram o grupo, que estimam não ter mais do que 20 pessoas. Em paralelo, eles conversam no Telegram todos os dias e, entre idas e vindas, em um blog criado para antagonizar o Gizmodo, o Ordem da Zoeira (ODZ).

Sempre tive a impressão de que o grupo dos comentaristas do Gizmodo era formado por reacionários, homens (são todos homens) avessos à diferença e aos avanços progressistas das últimas duas décadas. Perguntei a ambos, Eric e Kelvin, se se consideram reacionários. Eric tergiversou e, em resumo, disse que “o mainstream é terrível” e que, em vez de reacionário, “talvez inconformado com a maioria e com o que é popular” o defina melhor.

Já Kelvin não se considera reacionário, “talvez por ser de uma geração mais nova que o pessoal (Eric e afins).” Ele diz que tenta não se envolver em discussões que envolvem pautas mais espinhosas, atendo-se aos debates que dialogam diretamente com tecnologia. Ele concorda, porém, que “alguns [comentaristas] realmente são reacionários.”

A pequena amostragem, de apenas dois entrevistados ou ~10% do grupo que era mais ativo nos comentários do Gizmodo, demonstra que, embora existam pontos comuns que os conectam (e que exploraremos a seguir), cada membro tem suas idiossincrasias e modos de ver o mundo, ou seja, não é um grupo totalmente homogêneo.

Todos os comentaristas usam pseudônimos, e alguns são tão antigos e participativos que se tornaram reconhecíveis de longe. Isso, somado a milhares de “upvotes” (um tipo de curtida) contabilizados pelo Disqus, o sistema de comentários que era usado pelo Gizmodo e está presente em vários outros sites, criava autoridade entre eles.

O mais proeminente dos perfis fake, talvez, tenha sido MalcriadoRJ, um advogado do Rio de Janeiro. Tentei falar com ele, mas meus e-mails foram ignorados. Pode-se dizer que MalcriadoRJ criou um estilo, depois mimetizado por outros comentaristas que viram graça nele, que se alastrou e passou a dar o tom da área de comentários do Gizmodo.

Kelvin não se lembra como chegou ao site, entre 2010 e 2011, mas recorda bem o que o motivou a permanecer lá: “O usuário principal que estava fazendo o caos ali era o MalcriadoRJ. Lendo os comentários, tinha coisas muito engraçadas, e pensei ‘eu preciso participar.'”

Engana-se quem acha que era um bando de desocupados sem vida social que aloprava os comentários do Gizmodo. Kelvin, por exemplo, é supervisor técnico em uma empresa de informática e, em paralelo, estuda Biomedicina. Já Eric é editor de vídeos e está envolvido com marketing digital. Ao contrário, foi o tédio no trabalho que os levou e a outros aos comentários do Gizmodo. “Em vez de você virar de lado e falar com alguém [do trabalho] só para dar uma descomprimida no seu dia,” explica Eric, “a gente entrava lá e trocava meia dúzia de palavras com alguém que a gente conhecia de longe. Adotamos o lugar porque era onde as pessoas que a gente conhecia [estavam]. Era tipo um lugar ruim que a gente frequenta, que todo mundo frequenta.”

O tédio explica parte da história, mas não toda. Dos milhões de leitores que acessam o Gizmodo todo mês, por que essas duas dezenas, que têm o que fazer da vida (além do trabalho, eles são casados/namoram, alguns têm filhos, têm vida social), se agarraram tão firmemente à ideia de conquistar e dominar um espaço alheio, no qual não eram bem-vindos e, aparentemente, sem se incomodarem em serem desagradáveis?

“Essas comunidades, que em inglês chamamos de ‘fringe’ [à margem], são uma tendência,” explica Manoel Horta Ribeiro, doutorando na École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), na Suíça, e que tem como objeto de pesquisa comunidades digitais tóxicas. Embora não conhecesse a do Gizmodo antes do meu contato, ele vê semelhanças entre ela e outras mais famosas, como o 4chan e o r/The_Donald, fórum do Reddit de adoradores do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. (O r/The_Donald foi excluído em junho de 2020 por infringir regras contra discurso de ódio do Reddit.)

“Eu ficaria muito mais surpreso se fosse um cara só, um lobo solitário que gasta milhares de horas fazendo isso, do que o que você me descreveu, um grupo de pessoas que tem um site, que comenta e se diverte enchendo o saco dos outros. Há um senso de comunidade, de propósito comunitário acontecendo aí. Eles têm uma comunidade que surgiu em volta disso,” explica o pesquisador.

Para ele, é difícil determinar o que motiva esses grupos, mas afirma que pesquisas recentes têm mostrado que “esses movimentos reacionários muitas vezes surgem de uma insatisfação com o estado atual das coisas.”

Traços reacionários no comportamento do grupo são perceptíveis, como o próprio Manoel percebeu enquanto lia os comentários do Ordem da Zoeira, reativado para agregar os órfãos do Gizmodo. Nas conversas que tive com os comentaristas, principalmente com Eric, esses traços também se revelaram.

Há uma forte nostalgia de um tempo em que piadas infames, hoje condenáveis social e juridicamente, como as homofóbicas, eram mais toleradas. “Você pega as piadinhas da TV Pirata, antigamente,” diz Eric. “Elas eram bem forçadas, bem sujas, em alguns assuntos. E tem muita gente que foi criada com esse tipo de pensamento, de educação e tal. E claro que existe o pessoal que leva a sério esse tipo de piada e o que não.” Choques entre esses dois tipos de pessoas, ele reconhece, são inevitáveis.

Homem de cabelo comprido e barba, com camiseta preta de banda de heavy metal, tocando baixo em um palco.
Eric tocando baixo. Foto: Arquivo pessoal.

Nos comentários do Gizmodo esse humor anacrônico estava impregnado em tudo. A postura dos comentaristas, não se sabe se encenada ou não, era de autodepreciação, com tratamentos ofensivos como chamarem uns aos outros de GOT — sigla que, descobri durante a apuração, refere-se a “gordo, obeso, tetudo” —, escritos como se não fossem nada de mais. (“Mesma coisa se você ver um amigo na rua e aí ‘ei filho da puta, ah vai tomar no cu’, e tem gente que acaba vendo isso como ‘ah, os caras estão trollando o cara lá,'” exemplifica Eric.)

Ainda nessa linha, Eric arrisca uma análise psicológica de quem se sentia incomodado no Gizmodo: “É meio aquele negócio do bullying,” diz. “Eu já sofri bullying, conheço muita gente que já sofreu bullying pesado, de apanhar. Antigamente, na minha concepção, algum bullying formava caráter, não formava gente medrosa, que não sabe lidar com as coisas. Hoje muita gente não sabe lidar com as coisas. Para você parar de sofrer bullying, você tem que ir lá, tirar sarro de você mesmo. Vai perder a graça para o pessoal.”

Nos comentários do Gizmodo, valia quase tudo: xingar uns aos outros e às suas mães, fazer piadas homofóbicas e machistas, abusar de frases de duplo sentido. “Como eu sempre falo, todo homem para de evoluir na quinta série,” resume Eric. Em outro momento da entrevista, quando fala sobre mudanças na aceitação social dessas piadas de quinta série, ele lamenta que “é a hora em que você começa a se sentir velho.” O Gizmodo, nesse contexto, desponta como uma espécie de último lugar livre, onde ele podia extravasar comentários que, feitos em outros, gerariam retaliações.

O sarro, a zoeira, o humor de quinta série é o grande ponto comum que une o grupo. “Essa coisa de tirar sarro é um negócio de interação humana: você começa a criar pontos em comum entre as pessoas e as pessoas começam a se relacionar,” diz Eric. A sensação que alguém tem ao ler os comentários, e dado o tempo que essas pessoas estão juntas, imersas num ambiente que, visto de fora, parece insalubre, é a de que há uma suspensão convencionada a ofensas que em qualquer outro lugar causariam atritos.

Diante desse cenário, alguns poderiam pensar que nos comentários do Gizmodo imperava a “zoeira sem limites,” mas não era bem assim — ou assim sustentam Kelvin e Eric. Pergunto a ambos se não acham que, em alguns momentos, o pessoal passava dos limites ali. Eles dizem que sim, mas que não eram todos que agiam de tal forma e que, quando notavam exageros, tentavam intervir.

“Tem bastante gente que passava da linha, não vou negar, inclusive com o pessoal do Gizmodo,” reconhece Kelvin. As interferências eram sutis, afirma Eric: “Aí como a gente estava… não comandando a massa… a gente estava na ponta do trem ali, a gente dava uma desviada e tal, pra pegarem leve. Usávamos de psicologia para poder guiar isso aí,” referindo-se às tentativas de mudar de assunto porque, em suas palavras, “realmente sempre tinha gente pegando pesado.” Ele se apressa em dizer que, pessoalmente, não é contra pegar pesado, pois “sabe separar” — “Não vou ficar ofendido por uma coisa, deixa passar… porque gente que gosta [de ofender], os famosos trolls, eles se alimentam de reações contrárias. Se você não tem reação, não dá combustível [ao troll].”

Outro ponto em comum é que todos eles se interessam por tecnologia — afinal, foi esse assunto que os atraiu, em primeiro lugar, ao Gizmodo. “Percebi que 90% do pessoal que conheço do Gizmodo, da área dos comentários, trabalha com tecnologia,” afirma Kelvin. Interesse esse que se relaciona ao jornalismo, ou ao desprezo por um tipo de jornalismo mais mainstream, menos técnico.

Eric gaba-se de não ver TV há 16 anos. Não lê jornais (“Um G1, uma Folha, o pessoal conta uma história enorme até até chegar no ponto e escrever um parágrafo sobre o assunto”). Sempre frequentou blogs, e os prefere para consumir informação. “A internet, para mim, é o melhor e pior lugar para você achar informação.”

Print da capa do site Ordem da Zoeira, em 3 de fevereiro de 2021.
Ordem da Zoeira, o blog que nasceu dos comentários do Gizmodo. Imagem: Reprodução.

O Ordem da Zoeira, blog que Kelvin e Eric criaram para, a princípio, caçoar do Gizmodo, em alguns momentos de sua história ganhou vernizes de jornalismo. Era, claro, para chamar a atenção do Gizmodo e de seus leitores. Faziam isso reescrevendo notícias apuradas por outros veículos antes do Giz. “Só que é um segundo trabalho, né?”, desabafa Eric. “A gente chegava em casa, à noite, já sentava no computador de novo e tinha que escrever as matérias pra estar pronto de manhã e publicarmos antes do Gizmodo.”

Era uma relação de amor e ódio, e apenas deixar o Gizmodo de lado não era uma opção. Quando perguntei ao Eric, antes do fechamento dos comentários, se desta vez, com os banimentos do Kaluan e tudo mais, eles abandonariam o site, ele respondeu que “as pessoas acham que são donas do espaço, então elas vão defender o espaço delas. Lá é o lugar que tem essa ‘liberdade’ de falar o que quiser.”

Se esse grupo tivesse se conhecido e restringido suas interações a ambientes privados, como o grupo no Telegram onde se falam todo dia, eles não seriam objeto de um perfil no Manual do Usuário. O problema é que eles agiam nos comentários do Gizmodo, um local público, e isso gerou traumas, insatisfações e, no fim, uma implosão.

O ponto de virada

Apesar de distante, todos os personagens desta história lembram, em consenso, o momento em que a maré virou nos comentários do Gizmodo: quando a jornalista Nadiajda Ferreira assumiu a edição do site, no final de 2013. Além de ter sido a primeira mulher a assumir o cargo, sua chegada coincidiu com uma mudança na linha editorial que expandiu a cobertura para além da tecnologia. O Gizmodo passou a falar mais de ciência, de cultura digital, de assuntos populares, não necessariamente técnicos, como uma estratégia para aumentar sua audiência.

“O problema dos comentários ocorreu durante a gestão da a Nadiajda,” diz Guilherme Tagiaroli, que teve duas temporadas como editor do Gizmodo, uma em 2015 e outra entre 2018 e 2020. “Minha impressão é que escolheram ela como culpada pelas mudanças do site quando, na verdade, parece ter sido um processo natural replicar o que rolava no Gizmodo norte-americano. As pessoas [comentaristas] começaram a perseguir ela num nível tóxico. Para ela, fez muito mal. Foi um negócio bem feio.”

Homem careca e de barba, vestindo uma camiseta azul.
Caio Maia, diretor editorial da F451. Foto: Arquivo pessoal.

Caio diz que aquele ocorrido ensejou a primeira discussão sobre fechar os comentários do site. “Como é um site que fala muito de TI [tecnologia da informação], ciência, de coisas técnicas, você trazia gente para falar desses assuntos. Por outro lado, você trazia aquela malta de desocupados e pessoas mal intencionadas que habitam a internet, cujo único objetivo é agredir e censurar. A Nadiajda foi a primeira vítima.” Naquela época, em uma decisão tomada junto à editora, a F451 optou por manter os comentários abertos por, segundo Caio, dois motivos: não dar o que seria considerada uma vitória aos trolls, e porque “lá de fato tinha muita coisa interessante, muita coisa rica que a gente não queria perder.”

Houve misoginia no episódio envolvendo Nadiajda. “Quando você começa a querer expulsar uma editora do site porque ela é mulher,” diz Caio, “porque você acha que isso te dá o direito de fazer isso com ela só porque ela é mulher, você cruzou uma linha.”

Homem de cabelo curto e camisa xadrez sorrindo.
Guilherme Tagiaroli. Foto: Arquivo pessoal.

A misoginia não se limitava aos ataques a Nadiajda. A presença de mulheres, fosse fazendo o site ou como assunto nas pautas, era sempre assunto difícil para um grupo de comentaristas. Guilherme lembra de um especial que o Gizmodo produziu, por ocasião do Dia da Mulher, em que mulheres especialistas de diversas áreas foram convidadas para publicarem artigos de opinião. “Os comentários foram péssimos. Do tipo ‘mulher não vai pra tecnologia porque não gosta’, ‘não tem que forçar essa barra’ e tal… começaram a inventar um monte de coisas.”

Hoje, é impossível saber quem foram os personagens no lamentável episódio envolvendo Nadiajda. Eric e Kelvin negam terem participado dos ataques, mas já estavam lá e presenciaram a movimentação. “Acho que [a qualidade do site] começou a descambar quando o Gizmodo começou a virar mais um site de variedades do que de tecnologia. Matérias que não estava mais no lado da tecnologia, mas em outros assuntos, e a galera começou a cair matando,” diz Kelvin.

Kelvin afirma que conversava, em paralelo, ou seja, fora dos comentários, com Nadiajda, e que o clima entre eles era amistoso: “Sempre que falei com o pessoal do Gizmodo, com a Nadiajda e o Guilherme [Tagiaroli], sempre fui bem recebido. Também sempre fui bem educado com eles, nunca cheguei hostilizando. Eu mantinha a linha nos comentários também. Nunca cheguei a fazer nenhum ataque ao site, às pessoas que trabalham lá, porque sei que são pessoas, o site é feito por pessoas. Imagina estar num trabalho em que tu vai ver um monte de comentários ruins sobre ti? É complicado,” diz Kelvin.

Já Eric chegou ao Gizmodo pouco antes dela assumir como editora-chefe, mudança que lhe desagradou: “A Nadiajda começou a inserir algumas coisas que o assunto não era muito pertinente.” Também lhe desagradavam as interações dela nos comentários, classificada por ele como “imperativas.”

Tentei falar com Nadiajda para esta matéria. Ela respondeu meu primeiro contato, mas não retornou os seguintes.

Diálogo

O diálogo, muitos afirmam, é o melhor caminho para a resolução de conflitos. Penso isso, e levei a dúvida a todos os entrevistados. Faltou conversa entre as partes?

“Uma vez eu entrei nos comentários e propus: o que vocês acham da gente fazer um encontro, com os comentaristas mais frequentes, pessoalmente?”, diz Caio. A reação não foi a que ele esperava: “Todos responderam dando risada e um respondeu que seria o maior encontro de gordos, tetudos, celibatários da história. Estou citando isso, que é uma frase literal do comentarista, porque mostra a maneira como eles abordam eles mesmos e o mundo em geral, mas também é uma falta de disposição para encontrar e conversar.”

De todos os editores que passaram pelo Gizmodo nos últimos anos, Guilherme é o mais bem quisto pelos comentaristas. Motivo? Ele comentava, bastante.

“Em 2015, a Mariana [Castro], então diretora da F451, tinha me falado da seção dos comentários. Ela via aquilo como um grande ativo do site, e me disse que ali tinha uma audiência hostil e que eu teria que lidar com isso. Ela falou: ‘A dica mais simples que eu posso te dar é interagir com essas pessoas, ver qual é a delas.’” E assim o fez.

Embora essas interações frequentes tenham ajudado a apaziguar o clima entre Gizmodo e comentaristas, não foi sem solavancos, alguns deles motivados por detalhes banais, mas nem por isso menos preocupantes. Exemplo: por um erro de digitação, a palavra “parada” na biografia do Guilherme na página de expediente do Gizmodo foi publicada como “arada”. “Fizeram uma caricatura, eu no campo arando a terra. Por que essas pessoas se importam em como eu pareço, a ponto de fazerem uma charge minha? Na verdade, me senti bem invadido ali,” conta. “Os caras estão me perseguindo, meio doxxing? Será que sabem onde eu moro? Depois, aparentemente, passou.”

A lida com os comentários sempre foi parte das atribuições dos editores do Gizmodo, um fardo que, todos reconhecem, era grande demais para se somar às outras tantas coisas que um editor precisa fazer no dia a dia. “Eu dedicava um tempo [aos comentários] porque achava importante, mas era foda. Às vezes respondia coisas de madrugada, parava para ver, era um negócio doido,” diz Guilherme.

Essa falta de braços para interagir com os leitores foi citada por Caio como um dos motivos que levaram ao fechamento dos comentários: “A equipe do Gizmodo é pequena, a F451 é uma empresa pequena, e entre ter alguém para cuidar de comentários e alguém para produzir mais conteúdo, optamos por gastar o nosso tempo em trazer mais conteúdo.”

Do outro lado, apesar dos elogios ao Guilherme, os comentaristas reclamam da falta de diálogo em geral, independentemente de quem estivesse à frente do site. “Acho que se tivessem ouvido mais o pessoal dos comentários, em relação às matérias que muitas vezes eram mal traduzidas, mal escritas ou que não tinham sentido nenhum com a questão de tecnologia, se tivessem ouvido ou aberto uma área de discussão para isso, acredito que teríamos tomado um rumo completamente diferente,” argumenta Kelvin.

A suposta queda na qualidade do site como justificativa para o comportamento errático nos comentários, uma forma de protestar ou demonstrar insatisfação, é citada com frequência.

Chamou-me a atenção a semelhança com as torcidas organizadas de futebol, que em vez de apoiar o time quando ele passa por uma fase ruim, ameaçam e até agridem jogadores para que eles voltem a render. Caio, que é muito ligado ao futebol (a Trivela, um blog dedicado ao tema, por muito tempo esteve sob os cuidados da F451), concorda com a analogia. “Quando você vê nos meios de comunicação o comportamento das torcidas organizadas e diz ‘não é possível que estão fazendo isso’? É quando o clube abre as portas do treinamento para a torcida organizada entrar. A gente não vai abrir as portas para torcida organizada, não. Os nossos atletas [jornalistas] têm o direito de serem respeitados.”

“Eu vejo pelo lado de estarmos revoltados como consumidores,” defende-se Eric. “Você sempre ofereceu um serviço, e de repente a qualidade desse serviço decai muito, ou você impõe regras que não satisfazem os clientes. É claro que você vai receber críticas, e essa é a maneira de criticar.” Mas ele reconhece que, com o tempo, as críticas viraram paisagem e acabaram incorporadas no cânone dos comentaristas. “Gizmodo igual porcaria, coisa que a gente vai tirar sarro. Acho que é isso que teria que ser repensado.”

Manoel, o doutorando que estuda comunidades virtuais, acredita que mais diálogo pode ser útil. Estabelecer regras e limites claros para os comentários, por exemplo, ajudaria — há um estudo, feito por um colega seu junto a comunidades no Reddit, que aponta que transparência faz com que os membros da comunidade aceitem melhor eventuais punições. De qualquer forma, mesmo o diálogo, nesse caso, tem limites. No Reddit, lembra ele, comunidades que entram em quarentena por infringirem regras de convivência acabam banidas depois de um tempo. “Elas não conseguem se reformar.”

O pesquisador atenta, ainda, para o risco do “doisladismo”, ou seja, de comprar o discurso dos comentaristas, que nem sempre casa com suas ações, e transformar em debate algo que não cabe discutir, como ofensas gratuitas a uma editora mulher, por exemplo. Por isso ou por eles não estarem no grupo-dentro-do-grupo que alimentava os comportamentos mais tóxicos, nota-se em alguns momentos um desalinhamento entre o que foi dito nas entrevistas com Kelvin e Eric e no comportamento visto nos comentários do Gizmodo, quando eles ainda existiam.

“Se a política editorial é de que pode existir esse tipo de maluquice, tudo bem, mas fica difícil considerar o diálogo uma solução se a reação dessas pessoas é passar dias criando contas falsas para burlar as políticas,” explica Manoel.

A única coisa em comum que Gizmodo e comentaristas tinham é o apreço pelos comentários. Não foi com alegria que Caio Maia, o diretor editorial da F451, eliminou os comentários no site: “A gente lamenta pelos comentaristas que traziam coisas interessantes. E acho que, muito provavelmente, alguns desses caras que trollavam trouxeram também muita coisa boa para dentro do site, e agradecemos a eles por todos os momentos em que eles levantaram discussões legais com as quais nossos leitores puderam aprender. A gente lamenta muito que não haja uma maneira, que não tenhamos condições de arbitrar melhor isso.”

Legolas, o segundo pseudônimo de Kelvin (o primeiro foi Quaker, em alusão ao mascote das latas de aveia), estava aposentado dos comentários do Gizmodo havia dois anos. Voltou à ativa após a chegada de Kaluan, quando soube dos banimentos de velhos conhecidos — segundo ele, injustos. “Só voltei para ver, causar um pouquinho, conversar, mas não fiz zoeira, não fiz baderna,” diz.

Logo após a nossa entrevista, feita por telefone, Kelvin mandou um e-mail com “uma coisa que esquecera de falar”. “Logo depois que eu comecei a comentar, aconteceram algumas coisas pessoais, meu trabalho não estava legal e eu comecei a entrar no ‘poço’. Os comentários do Gizmodo eram a válvula de escape da pressão do dia a dia, um lugar pra esquecer dos problemas por uns minutos. Outras pessoas também tinham esse mesmo ponto, usavam daquela área para se distrair da vida e dos problemas.”

Edição 21#2

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148 comentários

  1. Tenho visto as intervenções dos antigos comentaristas do Gizmodo aqui e só posso concluir que o lugar deles é mesmo na lata de lixo da história.

    Misoginia, elitismo, culto à violência, ódio pelo diferente — e tudo isso legitimado por uma suposta defesa de pautas tecnológicas, como se a tecnologia fosse neutra e como se pudesse haver qualquer tipo de ciência que não seja social.

    Lembro que por volta de 2013 o Gizmodo começou a adotar um olhar um pouco menos troglodita para a tecnologia (fez pautas sobre rios urbanos, por exemplo). Também é a época da clássica resenha de Ghedin sobre aquele tablet bizarro.

    Justamente o momento em que o Gizmodo parecia começar a olhar para tecnologia sem aquela abordagem troglodita usual (repleta de masculinidade tóxica e recusa a entendê-la antes como fenômeno social que como pauta puramente técnica) foi quando, tudo indica, essa horda de comentaristas começou a atuar.

    Em tempo: a seção de comentários do Meio Bit não é nem um pouco diferente. A diferença é que lá eles BLOQUEIAM quem denuncia a retórica intolerante e odiosa dos textos.

    1. Tenho até medo de responder certos comentários aqui. É uma verdadeira Gestapo de gente que acha que tolerar ofensas “forma caráter”.

    2. 1/2 bit é pior que o Gizmodo, na boa porque a imbecilidade parte dos editores, acima de tudo. É mais ou menos como ler o Tecnoblog e esperar não ver um viés liberal-conservador nos textos quando todos – senão for isso é quase – os editores são assim.

  2. Lembro uma vez que comentei um post no Giz e o MalcriadoRJ “zoou” minha resposta dizendo que era uma resposta típica de “alguém com traços de homossexual”. Respondi dizendo que eu era gay mesmo e ele não conseguiu levar a piada pra frente. Depois dessa ocasião, toda vez que tinha vontade de comentar eu pensava duas vezes e desistia.
    Enfim, frequentar os comentários do Giz tinha um custo grande se você não era “da galera” que foi ficando cada vez menos valendo a pena com o tempo.

    1. Um padrão que noto sobre “piadas sobre homossexualidade” é o fato que quando a pessoa “se assume gay” – isso mesmo um hetero simulado, o que é o meu caso – a piada se corta. E a piada pode ser interrompida de vez quando você fala algo relacionado ao alvo do contra ataque.

      Digo isso pois dias atrás foi assim que reagi a um eleitor do bolsonaro no twitter: não nego que fiz uma piada em tom de chacota sobre o cara gostar do bolsonaro de forma homossexual, mas como diz o Bruno Sarttori, as vezes este tipo de ação é uma forma justamente de coibir a homofobia deles – basta se falar que é gay e falar que pegaria (ou não) o interlocutor que geralmente eles param (ou falam que é aberração, que aí é homofobia e dá para qualificar como preoconceito).

  3. Sempre acompanhei o gizmodo. Mas quando lia uma matéria sempre no final lia os comentários, mesmo sem querer. Era uma porcaria só. Atrapalhava até os próximos minutos da vida pessoal de tanta coisa ruim que havia. Fizeram bem em ter acabado os comentário. Lembro da época do Pedro Burgos já havia gente chata comentando por lá. Coisa é antiga.

  4. Oh disgraça, então você é o Legolas! Que bacana! Hahah.
    Eu acompanhava o Giz anos atrás, até o momento que a qualidade começou a cair. Viraram um tipo de super interessante, uma porção de artigos fracos com curiosidades, grande parte apenas traduzida do Giz USA.
    A galera caiu tirando sarro e o editorial não melhorou.

  5. Observar aqueles comentários fez parte das minhas primeiras experiências em comunidades na internet.
    Em 2015, como um jovem leitor de alguns sites, principalmente de tecnologia, fiquei interessado em me unir àqueles grupos bem estabelecidos. Mas na prática eu nunca fui participativo, embora lendo os comentários regularmente, coisa que só mudou há quatro meses, quando entrei numa comunidade relacionada a competições de bolinhas de gude (sim, isso mesmo).
    Lembro de coisas que eram recorrentes lá, como reclamações sobre a presença de outras propriedades da F451 na página principal do site, e a insatisfação em relação à impossibilidade de enviar imagens. Lembro quando houve uma intervenção na seção, que motivou mensagens do tipo “A moderação parece estar morta, mas ela existe”; “Se eu for banido, já tenho outras contas preparadas”; e etc.
    Percebi que aquilo tudo era uma grande baderna feita pelos mesmos visitantes de sempre, os quais basicamente tomaram posse do espaço. Mas a queda na qualidade do conteúdo contribuía para isso. Estes fatores somados, me fizeram apelidar o site de “Giz de cera” e, após mais algum tempo, parar de seguir e acessar, bem antes da implosão (não sei precisar o tempo exato, acredito que foi em 2017 ou 2018).

    1. Rapaz eu fiquei interessado nesse negócio de campeonato de bolinhas de gude. Manda o link aí?

  6. Foi a partir dos comentários no gizmodo que resolvi “anonimizar” minha conta no disqus, depois que um desses comentaristas, um altamente tóxico, não me lembro qual, varrer minhas redes sociais para tentar usar argumentos contra mim em uma discussão banal por lá, provavelmente política. Capaz de querer achar meu endereço e trabalho etc.

    Olha a insanidade. Mas durante um tempo entrava lá pra justamente fazer o contraponto, mas acabei cada vez ficando sem tempo de sobra e faz já uns anos que não entrava mais lá.

    1. Tenho a sensação que lhe devo um pedido de perdão. Eu usava este tipo de padrão (e admito que as vezes ainda o uso também) para atacar comentários.

      Mas bem, estou fora dos comentários há quase 5/8 anos. Então…

      Mesmo assim, se foi eu que causei, me redimo aqui.

      1. Se seu avatar tinha referência a coisas militares até poderia ser. É só isso que me lembro.

        Sendo ou não, desculpas aceitas, hahaha.

        O que me espantou na época não foi que a pessoa foi atrás para tentar formular uma ideia de quem eu era ou entender meu posicionamento, sabe, pegou uma parada aleatória do meu perfil pra tentar me atacar, sem muita relação com o tema que estava sendo discutido. E como a gente não tem como saber a índole de cada um, como saber que a pessoa pararia aí?

    2. Bingo… mas já tive uma experiência ruim similar envolvendo política comentando via facebook num lugar, sendo xingado gratuitamente por um petralha esquerzofrênico. No disqus e diversos outros lugares já vi ataques covardes com levantamento de informações assim. Por conta desses malucos que agi assim.

      Hoje é pior, pois temos lacradores e mimimizentos, não para mais em política, é a turminha das siglas e gírias pra ofensas que são covardes pra usar as palavas corretas, é DOENÇA aliada a covardia, com o movimento covarde atual da “política de cancelamento” fodendo os outros de graça e fazendo até perder emprego, até por questões de falsas acusações.

      1. Pois é, o impropério até faz parte das relações humanas. Às vezes um insulto tem o poder te expressar tudo aquilo que a gente sente. Mas ainda assim há insultos individuais, dirigidos diretamente à uma pessoa (ex. chamar alguém de bosta, um xingamento que está restrito às qualidades daquele indivíduo) e há insultos que vem de um contexto de ferir a existência do outro, um xingamento coletivo (você é bicha, bichas são desprezíveis, e por isso você é desprezível). Em resumo esses insultos dizem: “sua etnia não deveria existir”, “sua orientação sexual não deveria existir”, e por aí vai.

        E no fim é isso, a opinião pública é um aglomerado de opiniões. Mas eu ainda sou mais favorável em dar razão a quem se sente ofendido. Não vejo problema algum quando me apontam que uma fala minha foi ofensiva, mesmo quando eu não ache que tenha sido, mas a verdade é que se alguém se sentiu ofendido, não acho que caiba a mim julgar se a pessoa é sensível demais ou está mentindo e quer causar. Penso assim: ela disse que se ofendeu? Quero continuar causando esse tipo de sentimento nela?

        Eu acho que estamos em um momento em que, na minha opinião, em algumas situações existe problematização excessiva, cancelamentos em demasia porque fulano falou “a” ou “b” etc. Por outro lado, isso também não deixa de ser um exercício da liberdade de expressão desses grupos. A verdade é essa, existe o debate, e cada um escolhe se quer participar ou não. Se quer se irritar ou não. E o judiciário tá aí pra mediar (mal e porcamente) quando algo cruza a linha da legalidade.

        Acho que um pouco é isso, todo mundo quer ter voz, mas todo mundo também quer ser o senhor da razão, quer que sua opinião valha mais que a do outro.

        O que eu tento entender e falho miseravelmente é saber o motivo das pessoas que tem ojeriza ao “politicamente correto”. De que forma isso atinge a vida dessas pessoas? Como isso pode prejudicar o dia a dia delas?

        1. Acho que a “ojeriza ao politicamente correto” vem de uma coisa que creio que deveria ser mais estudada: a época dos anos 2000 foi uma das últimas com um humor mais ácido e “liberal”, onde tudo era permitido. A entrada do Pânico na TV e do CQC foi ao mesmo tempo um divisor de águas, uma catarse e o ponto final deste humor.

          Pânico na TV tinha aquele humor oriundo de vídeo-cacetadas e piadas da praça é nossa somado ao programa Jackass da MTV. Zoava e permitia-se zoar a todos. Mas houve um custo: acidentes, exposição demasiada do corpo feminino e aproveitamento do espaço por políticos espúrios (o que ocorreria com o CQC, que veremos em seguida).

          CQC tentou somar nomes do humor stand-up e a versatilidade do Marcelo Tas a um programa que tentaria corroer a visão sobre política no BR. Não imaginava que os políticos aproveitariam do programa e do fato que as pessoas estavam começando a cansar de certas piadas, além do fato de nascer um ativismo em prol da dignidade das pessoas. O episódio do Rafinha e a piada sobre o bebê foi o cúmulo para uma fórmula que se cansou rapidamente depois de participantes do programa apanhando de políticos (e no final não dando muito resultados práticos, pois teoricamente o CQC exporia alguns tipos de corrupção, mas na prática só fez uma única coisa boa: fazer o Gentili apanhar pra caramba.)

          Nesta mesma época começava uma espécie de “revolta” contra o humor degradante. O protesto contra a visão do machismo sobre estupro – esta relacionada a piada citada – foi um dos movimentos que cobrou mudanças na forma da galera lidar com isso. Nessa que teve mais força o movimento pelo chamado “politicamente correto”, que é até um termo errado e usado mais para denegrir uma visão mais “civilizada” sobre os limites do respeito entre as pessoas.

          Desde então começou a ter mais movimentos para se fazer entender a necessidade do fim do preconceito (enrustido em piadas e comportamentos) e a valorização de “minorias” – aqui entre aspas pois podemos dizer que é um termo que apesar de errado, é como é visto as pessoas fora de “um padrão de comportamento e visual”, sendo que não são minorias strictu sensu.

          Dica: assita O Riso dos Outros, que conta parte de toda esta história – e de todos os pontos de vista.

          1. Então, você aponta a causa do nascimento dessa “ojeriza ao politicamente correto”, que é justamente o “nascimento do politicamente correto”, porém, a minha dúvida persiste. O que tenho dificuldade em entender é porque surge essa reação contrária. O que faz um cidadão achar que estão tirando seu direito ao não “poder” contar piadas de gays, negros, loira burra. Até pode, mas pode muita gente não achar graça, muita gente criticar. Mas é curioso que muitas vezes essas pessoas não gostam que “lhe tirem a liberdade de expressão”, mas criticam quem está exercendo sua liberdade de expressão para dizer que acha esse tipo de piada uma bosta.

            Já assisti a esse documentário que você indicou, e ali mostra bem como é possível fazer piadas com gays, negros e loira burra de forma que não atinja a coletividade. Acho que muita gente não entende que o problema não é criticar o indivíduo gay ou a pessoa negra, pelo que ela faz ou deixa de fazer, mas, sim, quando o insulto se dá simplesmente porque a pessoa é gay, negra ou mulher. Como se o insulto é ser gay, negro e mulher.

            Enfim, passo longe de conseguir entender isso, de entender como essas pessoas se sentem oprimidas pelo “políticamente correto”, sendo que o “politicamente correto” justamente “aparece” para diminuir a opressão. Eu até poderia dizer que é porque essas pessoas querem continuar oprimindo, querem que o negro saiba “qual é o seu lugar” etc – e existe muita gente que pensa isso mesmo, vide os grupos neonazi, por exemplo – mas já conversei com algumas pessoas que criticam o “politicamente correto”, e não me parece que sejam pessoas que desejam a opressão do outro. Por isso fico nessa dúvida: por que criticar algo que não está tirando direito algum de ninguém?

        2. Cara, com licença, mas tu falou a frase “perfeita” aqui:

          (…) entender como essas pessoas se sentem oprimidas pelo “políticamente correto”, sendo que o “politicamente correto” justamente “aparece” para diminuir a opressão. Eu até poderia dizer que é porque essas pessoas querem continuar oprimindo, (…)

          É a frase que precisávamos agora. Muito obrigado mesmo :)

    3. Tb sempre tive esse receio de alguém aparecer, especialmente no trabalho, pra vir tirar satisfação sobre algo q escrevi seja em comentários ou em redes sociais. Como é um local com acesso ao público… seria fácil uma confusão. Felizmente nunca aconteceu.

      1. Teve momentos que pensei em fazer algo assim, mas por de alguma forma eu ainda ter algum senso psicológico mínimo, entendi que seria estupidez perante algo que no final por mais que tenha impacto psicológico (pq admitamos: muitas das “tretas” dos comentários sempre foram um ciclo de sarcasmos e ofensas), o esforço para agressão deste tipo só seria pior para ambas as partes. No meu caso, “perder o réu primário”. Melhor gastar o tempo na terapia (e no advogado) do que replicar o trecho do “Kick Some Asses” do “Jay and Silent Bob Strikes Back”.

  7. O trabalho que vocês fazem aqui é sensacional e acho que certas exposições acabam afastando um certo público mais nocivo, pois não deixam brechas e sempre se posicionam no que deixa claro os limites. Também acho que o formato mais simples dos comentários impede a proliferação desses ‘trolls’. E estou dizendo porque o público padrão que acompanha tecnologia costuma afastar qualquer pessoa que não se encaixe no formato deles, porque se você for preto, como eu, ou, pior, mulher, esse espaço expulsa você. Então fico feliz do Manual ser um lugar diferente pra quem quer acompanhar esse mercado e as discussões em torno dele sem precisar gastar mais horas, e grana, com psicólogo.

    Mas, como nem tudo sem flores, os comentários desse post aqui, especificamente, foram contaminados por uma galera que parece ter vindo pelo tema. Refugiados do Gizmodo. O que salvou foram as intervenções, precisas, do Ghedin. Porém, até “as pessoas que faziam piadas racistas e misóginas não eram racistas” e que “quem se ofendia que é sensível”, eu li aqui.

  8. Essa história toda me lembrou que o site Jovem Nerd removeu a área de comentários do site muito antes do Gizmodo. Antes disso eles até criaram uma rede social própria (SkyNerd), não sei se pra tentar melhorar o conteúdo dos comentários ou apenas pra faturar em cima, mas por fim acabaram desistindo e removendo a área de comentários pois, em vez de expandir o assunto dos podcasts, servia apenas para xingar e reclamar dos participantes do episódio.

    1. Eles ficaram foi com medo de processos, pois se não estou enganado os sites são responsáveis juridicamente por sua sessão de comentários depois de uma reforma jurídica relacionada a internet.

      Nessas horas queria a participação do Malcriado pq só me lembro disso de forma ultra vaga

  9. Meu maior problema com o Gizmodo nesse fim de vida com a entrada do Kaluan e cia foi que num primeiro momento sem regras definidas chegou mandando embora geral. Depois postou o seguinte: https://imgur.com/a/lg9ws7J

    Com foco no “Queremos que a seção de comentários seja um ambiente convidativo e que a comunidade se expanda.”

    No outro dia fecharam o espaço, não houve NENHUMA tentativa de organizar. NUNCA postaram uma lista de regras.

    O que disse para uns amigos aqui, qualquer ser com um QI de dois dígitos consegue separar as coisas, consegue separar os personagens que ali se criaram. O exagero sempre fez parte, é fato que tinha gente que passava do limite, mas onde estavam escritos os limites? A culpa do problema alí sempre foi do Gizmodo em si, que nunca teve os limites definidos e sem aviso fecharam tudo.

  10. O problema dessa galera da “opressão do bem pelo politicamente correto” não entende é que eles que estão criando radicalização de direita e não os boomers insensíveis.

      1. Você acha que consegue reverter a gravidade? É a mesma coisa.
        Deplataforming é uma coisa idiota e não funciona, vocês só estão criando um inimigo pior para colocar vocês no paredão lá na frente.

        Então a resposta à pergunta “deixar a galera continuar ofendendo e oprimindo de graça, sem reagir?” é SIM, por que tentar calar só prova que eles estão certos, que tem razão, que vocês são fracotes e passarão a se reunir em locais onde só existem os iguais e vão fortalecer sua comunidade mais e mais.

        É como os chans, tentar calar um chan é prejudicial por que locais de liberdade de expressão semi-ilimitada são necessários como válvulas de escape.

        Tudo isso teve inicio com o Facebook, onde a regra é mostrar o nome e foto real, isso tornou as pessoas agólatras em querer fazer uma autoimagem de virtude, isso é incompatível com a nata do inicio da internet que usa pseudônimos onde a falta de ego na imagem pessoal do mundo tangível é a regra, a pessoa vale pelo que ela demonstra ser e por suas ideias e não por quem ela é no mundo real.

        A galera da era facebook não consegue entender isso e é um dos motivos do conflito entre os sensíveis vs ogros.

        Vocês sensíveis não estão educando a humanidade ou reagindo, vocês estão criando o monstro que vai foder com todo mundo, por que a história e movimentos culturais são eminentemente cíclicos.

        1. Na realidade não vejo isso como intenção de calar ninguém. Tanto que existem espaços onde o povo ainda conversa. Cada espaço tem o direito de impor suas políticas, o público tem o direito de querer ou não consumir o conteúdo daquele lugar e vida que segue.

          O que acho curioso é que você trata quem não aceita ofensas e afins como fracotes, mas, ao mesmo tempo, você se ofende quando alguém tenta controlar sua liberdade de expressão, entende a ironia?

          Eu vejo pela questão da empatia, se fulano se sentiu ofendido com algo que lhe disse ou como o tratei, mesmo que eu não concorde com isso e ache que ele está “de frescura”, eu não vejo motivo para continuar agindo da mesma forma, ao menos na frente dele, já que o ofende, se é uma pessoa de que gosto.

          Não acho que a ofensa deva ou não deva ser “permitida”, quer dizer, ela até é, dentro dos limites da lei (injúria etc.). Acho que essa relação vai ser dada no campo pessoal entre duas pessoas. Se uma não gostar da maneira como o outro lhe trata ela apenas se afastará. Ou você seria amigo de alguém que você não gosta?

          Essa questão das “válvulas de escape” em torno dessas redes, digamos assim, como li muito aqui e citado também por você, acho bem peculiar, pois evidencia a necessidade do contato, mesmo que virtual, entre semelhantes. Ao mesmo tempo, poucas pessoas gostam de frequentar um ambiente nocivo a si, quando está só querendo “desopilar”. Imagine você entrando todo dia no seu site “favorito”, massivamente frequentado por “floquinhos” e “lacradores”, você realmente iria se divertir num ambiente assim?

          Sei lá, cara, só acho que o povo exagerou. Um grande site fechou seus comentários. Who cares. Ninguém tá criando monstro, ninguém tá calando ninguém. Os espaços de debate estão aí.

    1. Não existe tal coisa como ‘opressão do bem pelo politicamente correto’. Seria como alguém se queixar q há uma ‘opressão social contra assassinatos’. Evitar que um ambiente fique tóxico, como este q o pessoal comentava no Giz gostava e mantinha, é um dever, inclusive legal (além de ético, claro). Do contrário, o espaço vira outra coisa, q foi justamente o q conseguiram fazer por anos. Todo a argumentação contrária q visa justificar ofensas, preconceito, racismo, homofobia, sexismo , misoginia e perseguição é infundada e diz muito sobre quem as pratica. Não são ‘brincadeiras’ e quem não aguenta não é ‘sensível’ demais.

  11. Que matéria fantástica!
    Acho que o Gizmodo foi um dos sites que acompanhava religiosamente, e tenha de assumir que às vezes gostava de ver o circo pegando fogo nos comentários.
    Tempos passados, depois da mudança da linha editoral, desapeguei do mesmo e passei a ver com maus olhos a toxicidade nas seções de comentários.
    Fico feliz que no Manual sempre fui bem recepcionado e tratado com respeito, é uma comunidade única ( e gostaria de encontrar pessoalmente alguns, trocar umas ideias).

  12. Eu sabia que essa pauta comentaristas x Gizmodo sairia aqui no Manual, mas estava imaginando que seria em algum post livre aleatório.
    Ótimo texto Ghedin !!!

    Eu como comentarista que 90% das vezes apenas leio os comentarios de sites como o Gizmodo, Tecnoblog, MebioBit, Trivela, Flatout, Manual do usuario.
    Percebo que em cada site seus comentaristas tem suas particularidades,

    Porém o Gizmodo tava mais pro lado nonsense a ponto de a materia não importar mais, apenas os comentarios.
    Ao mesmo tempo que via o pessoal conversar de boas entre eles e debater assuntos interessantes, nas piadinhas internas tinha sim muita coisa tosca.

    O erro do Gizmodo foi querer ter uma regra do nada sem conversar e sair banindo todo mundo, pra mim não pareceu ser a abordagem correta.

    OBS: Funfact ( um dos meus textos preferidos de lá é do Ghedin fazendo review do Razr Maxx !!!!!! o outro é sobre o Paradoxo de Ferni)

  13. Nossa, quanto choro aí embaixo. Tem gente que tá chorando até agora com o fim da zona de comentários do site “lá™”. Nem a laposa chora tanto. Na real, eu não tô nem aí. Só me importa saber o preço do feijão XD.

    1. Pull? Deadpull?

      Sou lurker dos comentários da odz, li sobre os percalços que você passou na sua vida pessoal, e como o pessoal lá na zoeira acaba sendo uma fuga pros problemas da vida.

      Acho que vou fazer um fake e começar a postar por lá, talvez vocês vão me tratar melhor do que os membros daqui do Manual, que só façam pedra em quem pensa diferente da cartilha.

      1. Nada como uma boa zoeira pra evitar que os problemas da vida nos enlouqueçam e sigamos em frente. Crie um fake e seja bem-vindo.

  14. O Gizmodo era legal, não leio aquela joça desde 2016. Mas por conta de trabalho.
    Outro antro é o Meiobit.
    Uma boa tarde a todos os GOT

  15. Seilá, me sinto incomodado, excluído, a falta de imagens e o tipo de sistema de comentários que não atualiza e não me permite organizar e ver os mais recentes.

    Queria poder jogar um gif de ≈≈≈≈ BACON ≈≈≈≈ fritando, assim, sem motivo algum…

    1. é complicado se adaptar mesmo ao sistema de comentários, mas se ficar por aqui bastante tempo, acaba se adaptando

        1. e AQUELE?

          não o conheço, mas é sempre bom ter alguém com maneira de pensar diferente, pois teremos mais pontos de vista

          igual o colega que disse que não se importa com a tal “lacração”, eu o entendo, mas não custa se esforçar um pouco, rs

          assim como esse site/blog é focado em privacidade e para vc ter um pouco dela tem que ter um esforço, mas no final percebe que vale a pena.

  16. Comentava no Gizmodo desde 2013 acho, sou da época do Intense debate.
    Gostei do texto Ghedin, mas percebo que está todo mundo tentando achar uma explicação sociológica complexa para algo mais simples.

    Então vou tentar explicar, na minha visão, o funcionamento da comunidade que se formou no Gizmodo.

    A área de comentários se tornou uma benção e uma maldição para o Gizmodo.

    Benção porque dava views e parece que isso é importante, e maldição porque ela se tornou mais importante que o próprio Gizmodo.

    Então precisamos falar sobre o elefante na sala.

    Não importava mais a matéria, entende? O Pessoal do Gizmodo podia escrever qualquer abobrinha que a área de comentários iria pegar o conteúdo e digerir em algo que permitisse a interação. Por quê? Porque estávamos ali pela interação.

    Se alguém puxasse o assunto da matéria o fio condutor do dialogo seria esse, se alguém falasse do preço do arroz então ok. O assunto era esse e duraria umas cinco o seis replicas e então mudaria para outra coisa. Qualquer um que se der ao trabalho de analisar a dinâmica dos comentários lá perceberia isso.

    Aquilo era um sopão de restos do melhor tipo, sabores e diversidade de assunto, e muito nonsense, muito mesmo. O que é engraçado, pois o nonsense é o queridinho dos movimentos mais modernos, mas lá causava horror, asco! Quinta série! Estão falando sobre o preço do feijão numa matéria super importante da Space X! É isso ai amigo! Nonsense.

    E isso nem era proposital. Só acontecia e fluía naturalmente para o pessoal velho de casa.

    Nesse ponto eu paro e concordo que isso era ruim para o Gizmodo enquanto empresa, pois evitava a chegada de carne nova. E imagino que para o jornalista que escreveu a matéria também, todos temos egos e queremos ele massageado um pouco.

    Mas vamos voltar um pouco.

    Li um pessoal reclamando sobre os comentários considerados “misóginos” quando teve uma série de post sobre as mulheres no mercado de TI.

    Me lembro dessa matéria, e me lembro te ter comentado que trabalhei num ambiente cheio de mulheres e era inferna! No que se seguiram vários relatos de caras (Sim não tinham muitas mulheres na área de comentários. Eu sei) Que também tinha tido experiências ruins trabalhando com mulheres. Por quê? Por que isso é vida real.

    Tive chefes mulheres que eram ótimas, mas também tive experiências horrorosas em ambiente de TI cheio de mulheres, Reuniões eram feitas porque as meninas brigavam ente elas, e não para discutir projeto. Novamente desculpe. Isso é vida real. Acontece.

    Mas aparentemente nada negativo poderia ser dito nesse post de empoderamento da Mulher na T.I. Ok Entendido.

    Para usar uma palavra da moda, vamos falar da “lacração” é outra faceta que percebi ninguém consegui entender nos comentários do Gizmodo.

    Desculpe o uso de termo chulo, mas entenda: Nós estávamos cagando para bandeiras, bandeira negra, lgbt, feminismo. Who cares?

    O pessoal zoava não porque era racista, misógino ou qualquer outra pecha, o pessoal zoava simplesmente porque não via importância nessas pautas. A maioria era de TI Lembra? Site de Tecnologia lembra?

    E isso devia irritar muita gente, principalmente a turma nova super engajada em questões sociais ou whatever.

    Por essas e outras acho engraçado quando vejo cara fazendo textão chamando os fakes do Gizmodo de misóginos, racistas etc. E mais engraçando ainda algumas reclamações de gente que queria fazer parte da “panelinha” , mas não foi por medo. Já que todo mundo era bem recebido e zoado claro (faz parte)

    Seu texto está ótimo Rodrigo, só acho que todo mundo está procurando explicações complexas para algo muito simples:

    Somo pessoas normais, com trabalho e alguns com família como você disse.

    Que pagam seus impostos, andam na linha e usam máscara e álcool gel enquanto caminham estressados pela vida tentando atender todas as expectativas impostas.

    Neste cenário a área de comentários era só um lugar para aliviar o stress (desculpe Gizmodo), desabafar, falar umas merdas e postar uma foto de um sonho de padaria; Porque? Por que sim! Simples assim

    Por isso a área de comentários era importante, o Gizmodo não, por isso ela sobrevive no ODZ.

    Por fim, não sei se você fez isso ou não. Mas ao invés de só molhar o pé, porque não cria um fake e vem interagir com o pessoal, para tirar suas próprias conclusões. Sabe?

    Provavelmente escorreguei no português aí pelo meio, foi mal. O revisor saiu comprar pão de queijo.

    Abraços.

    1. “Sim não tinham muitas mulheres na área de comentários.” Todos sabem que na internet só existem GOTs comentando. Se colocou nick ou imagem que identifique como mulher, segundo o instituto DataFodase tem 99% de chance de não o ser… pra não generalizar e dizer 100%.

      E digo gênero por genótipo, nascença, foda-se discussão a parte que NÃO IREI iniciar e só traz chorume. O mundo tá chato.

      1. Já parou pra pensar por que na internet só existem “GOT” comentando? Por que em ambientes de TI mulheres são raras? Dica: não tem nada a ver com mulheres não gostarem ou não terem aptidão para exatas.

        Tem um bom Tecnocracia sobre a misoginia no mercado de TI. Vale a leitura (ou audição, se preferir o podcast).

        1. E o que usei ali foi uma “piada padrão” da internet.

          Também como disse, o mundo tá chato. Fora que a verdade varia com o passar do tempo e dependendo da temática da discussão vai ter uma hora que “vai dar ruim”.

          Nunca vou esquecer a fala de uma mulher em ti, que resolve falar e rebater o discurso feminista do por que tem poucas mulheres em ti, ao expor o que ela a frente de uma empresa resolveu tentar e o que ela vivenciou na prática, ao menos ali naquele momento e local, a fala dela era a melhor verdade. E como disse, verdade esta que pode variar com o tempo e local. Se achar trago link depois.

          1. Se vc acha q o ‘mundo está chato’, talvez vc precise de tratamento psicológico, pq vc avalia q é o ‘mundo’ q está chato, menos vc e meia dúzia q tb acham o ‘mundo chato’ tb. Vcs, claro, não têm problema algum. São perfeitos… Na verdade, vcs são vítimas da sociedade q os oprime e tiram a liberdade pra ser, por exemplo, racista (um crime). Tem gente q defende estupro e quem reage é ‘chato’, né? Os argumentos q vcs usam, se não fossem perigosos, já q estimulam pessoas a adotarem comportamento similar, seriam apenas ridículos, mas infelizmente não param por aí.

        2. Basicamente não tem mulher em TI por que TI demanda VIVER naquilo como se fosse uma ordem monástica, não é um trabalho, é uma vocação.

          Não se pode ter vida para ser bom em TI, então nós GOTs estamos fazendo um favor a elas.

    2. Quando você diz que “o pessoal zoava não porque era racista, misógino ou qualquer outra pecha, o pessoal zoava simplesmente porque não via importância nessas pautas,” está definindo um tipo de comportamento racista e misógino, de minimizar e ignorar a dor do outro. É um pouco na linha do que respondi ao Not a cop: a falta de empatia é chocante para quem, diferente de vocês, se importa com essas pautas e, mais ainda, se enquadra nesses grupos alvos frequentes de piadas (mulheres e pessoas negras).

      O fato de vocês estarem estressados ou deprimidos não lhes dá o direito de extravasarem ofendendo e num local onde esse comportamento não era bem-vindo. Ainda mais zoando as características de outras pessoas. Eu sou total favorável a rir, fazer piada, zoar, mas se meu interlocutor não ri junto comigo, aí a conversa deixa de ser engraçada; deixa de ser piada e vira intimidação, agressão.

      Disse alguém (perdão, não lembro quem) que para todo problema complexo existe uma explicação simples e equivocada :) E, sim, sua explicação está correta, mas ela só arranha a superfície do problema. Se fosse simples mesmo, não teria havido tanto conflito com os editores e outros leitores e o espaço para comentários ainda existiria, não?

      1. Uma coisa é fazer a piada “da mulher ao volante” e similares, mesmo o filme rebo(sta)ot recente de caça fantasmas seguiu com a piada da “loira burra” (da pior forma possível, a ponto de não ter graça).Até fazer alguma piada com algum grau de humor mais ácido ou mesmo humor negro.

        Outra é agir com racismo e preconceito, que ninguém ali, creio eu, tolerava.

        O problema, que resumidamente dizemos que “o mundo tá chato”, é que quase QUALQUER assunto vira “gatilho” (ôh termo escroto) pra acionar alguma reação de alguém, mas ao menos ali nos coments do gizmodo, ainda não acontecia, geralmente era por que alguém era realmente escroto, se gabava de algo, ofendia de forma gratuita, dava um jeito de trazer alguma coisa polêmica até mesmo envolvendo política o que é NOJENTO.

        É só ver o que pode acontecer com algum grupo de amigos discutindo futebol por exemplo. Vão se xingar, se onfender, as vezers até brigar, mas no fim poucas vezes vai dar merda na relação destes.

        1. Toda piada carrega um contorno de preconceito. Piadas – humor em geral, são formas de expor um preconceito dentro de um limite social, de palavras.

          Da piada da loira burra a piadas de macaco, muitas vezes elas tem dentro delas (conforme o contexto) uma carga de preconceito que você não notam por costume ou até por talvez cinismo mesmo.

          Humoristas como Chico Anysio e Porchat tentam usar o humor como uma arma para justamente com a acidez das piadas, quebrar tais preconceitos e estereótipos -apesar de que as vezes eles também os carreguem com tanto preconceito quanto. Assim como humoristas como Gentili disparam por todos os lados apenas para manter a fama, com custos altos ao próprio (ele tem perdido vários processos, diga-se de passagem).

          1. “Somos todos macacos” e “macaco vê macaco faz” indo pra “Brasileiro é tudo macaco, vive copiando o que x país faz”… pode ir do humor a algum toque de verdade incluso. Mas vai ter quem ache que é preconceito. Fazer o que…

        2. Torcida organiza de futebol: um grupo de amigos que se reúne por amor a um clube e, ao mesmo tempo, buscam promover a paz e a harmonia na sociedade – em especial quando encontram outros grupos de amigos que amam que demonstram igual amor a outro clube. Nossa, ‘o mundo tá chato’, pq ninguém mais pode espancar alguém até a morte por um motivo fútil (futebol)…

      2. Meu Deus Rodrigo!

        Essa bandeira do politicamente correto não é nossa. E Você insiste em ficar batendo em nós com ela, mas novamente: Nós não ligamos. Desculpe.

        Saber para que a gente liga? Para a prestação do boleto do seguro do carro que está para vencer. É isso.

        Parem de cobrar as pessoas com suas pautas politicamente corretas.
        O Gizmodo fechou a área de comentários, fomos para o ODZ, O ODZ acaba, vamos para o telegram.

        Tenho empatia por questões que considero importantes.
        Pessoas vão nos comentários do ODZ para dizer que perderam o emprego, ou alguém que elas amavam. E são recebidas e acolhidas lá.

        Mas lá não é o lugar para você chorar porque sua empresa não quer usar pronome neutro (Vão procurar um lugarzinho na web para isso, com certeza existe)

        Esse último parágrafo ficou horrível, desculpe. Mas todos ficam confusos e erram em entender os comentaristas do Gizmodo, porque estão usando a régua errada.

        Olha. A área de comentários era do Gizmodo. E ele poderia fazer e fez com ela o que bem entendeu.

        Estamos no ODZ, estamos felizes.

        Eles têm matérias sobre Desenvolvedores Transsexuais e nós transformamos qualquer postagem em horas de diversão lá no nosso canto.

        Graças à Deus não levanto bandeira de nada.

        Só pare de nos colocar essa pecha de falta de empatia. Nos simplesmente temos prioridades diferentes.

        Quanto a ofensa no local (onde não éramos bem-vindo, mas gerávamos upa puta receita), realmente nunca ofendi ou vi alguma agressão gratuita realmente seria contra os membros do Gizmodo. Pode ter existido e sou contra.

        Agora as piadas e brincadeiras nos comentários, como chegamos num ponto onde todos tinham medo de entrar no Gizmodo, podemos dizer que a zoeira era inócua naquele caso, já que a panelinha fazia, recebia, e estava psicologicamente preparada para isso.

        Particularmente estou mais feliz no ODZ e é incrível com as pessoas mantem a civilidade lá. Esse sim um caso para estudo visto que aparentemente lá só tem racista e misógino.

        Enquanto isso aqui tenho que ler comentário de gente sem noção tentando dissecar a essência dos comentários do Gizmodo e..Gente.. GENTE??? Alô? Não tem nada Ok? Hora de sair da faculdade e mergulhar na vida.

        Simplesmente chegamos num ponto irreconciliável de interesses diametralmente opostos! Acabou, foi divórcio. cada um para um lado o Gizmodo ficou com a casa, alegou dependência sócio afetiva.

        Talvez, tudo que precisamos para acabar de vez com essa Celeuma sem fim, seja anunciar um ganhador. Então o Gizmodo ganhou. Uau fechou os comentários.

        Segue todo mundo feliz.

        1. O Gizmodo perdeu, na real, porque teve que fechar a área de comentários. Se o pessoal dos comentários tivesse abandonado o site antes e migrado para o ODZ, nem teria este post aqui — cada um no seu canto, vida que segue.

          Acho que já expus meus argumentos e você, os seus, e, daqui em diante só iremos nos repetir.

          1. Olha respeito seu posicionamento.
            E o pessoa não ia sair porque era cômodo lá, creio que também concordamos com isso.

            Quanto ao Gizmodo.
            Ele pode reabrir usando um sistema de contas do facebook, se quiser. Isso com certeza vai afastar todos os fakes. Não sei porque ele não fez isso na real, se os comentários eram tão importantes.

        2. É interessante ver o tom de como você ficou incomodado com a matéria do Ghedin e os comentários contrários as posturas de muitos de vocês – inclusive sobre o fator “empatia”.

          Empatia aqui teoricamente é até lhe respeitar onde puder e entender o porque de seus atos – não a toa a reportagem, ela trabalha em cima justamente de onde começa e culmina as situações propostas.

          A questão do “politicamente correto”, se você notar, até você mesmo está usando aqui, pois não está se usando de piadas e provocações como postumamente o faz.

          No caso da área de comentários Gizmodo (e de outras áreas de comentários similares), a crítica e análise era justamente isso: o limite onde pode se participar dentro da norma do grupo que se fez lá dentro. Ao meu ver, e não nego que é meu preconceito, os comentaristas do giz e odz e similares só estão um degrau acima de chans e fóruns preconceituosos.

          O que você diz como “civilidade”, para o outro pode não o ser. Civilidade pressupõe respeito a todo e qualquer tipo de pessoa, sem um julgamento negativo e preconceituoso – exceto se necessário para comportamentos que prejudiquem a civilidade. Piadas são julgamentos. Comentários com foco em tipos de detalhes de preconceitos também.

      3. Parabéns, por cair em bait de shitpost e querer exigir sensibilidade e empatia na internet você só mostra o porquê do mundo estar indo pro cacete e por que a resistência deste progressismo não só é natural como até mesmo necessária , pois a natureza social é pendular e não progressiva).

        Pregando a fraqueza e o louvor a doença mental vocês só estão criando um monstro muito maior, querer pagar de nobre enquanto louva a “opressão do bem” só vai acabar levando a radicalização para o lado oposto de pessoas que antes seriam de centro.

        Mas vocês estão tão iludidos com sua própria grandeza pregando valores esquizofrênicos que não conseguem perceber isso.

        E bom, como você não vai mudar sua opinião e nem vai prestar atenção no que estou dizendo por que “é opressor e portanto automaticamente errado” que te deixo livre para pensar o que você quiser pensar.

  17. Resumindo bastante…

    Guedin, muitos de nós, que ali estivemos, que aqui estamos, vem de longa data, de outros locais, convivendo e comentando, reunindo, se divertindo, pautando assuntos e amizades na base da zoeira. Independente do assunto base do local.

    Já participei de grupos com os mais diversos assuntos, de anime a tecnologia, muito antes do gizmodo e outros, então posso afirmar, a qualidade ou falta de, do local, influencia no nível dos comentários e críticas. E a zoeira reune e cria laços de amizade, por mais estranho que pareça, que se mantém além do local ou do fechamento deste. E quando o local participa da conversa e até da zoeira (tal qual o MeioBit, um ótimo exemplo) inclusive ESCUTANDO e aceitando a opinião do leitor, a coisa segue da melhor maneira possível.

    Poderia prolongar o assunto, reunir exemplos (que não faltam), pra definir alguns pontos onde o gizmodo errou ao longo do tempo, que acertou com a participação do Guilherme, inclusive a merda na qual está afundando com o rumo atual, mas os demais já estão citando e expondo. E dado que agora há lacração, que trás consigo a censura a tudo que for contrário ou crítica, não há lugar melhor pra definir algo similar que o BBB de hoje. Ambos estão na merda.

    1. Não acho que a conduta do Gizmodo foi totalmente correta. Por exemplo, não ter regras pré-estabelecidas é um erro crasso num lugar onde tanta gente, com tantas visões diferentes de mundo, interagem. É pedir para ter confusão.

      Dito isso, não entendo o apego de vocês àquele lugar. E não é uma hipérbole, eu não entendo mesmo. Eu já escrevi no Meio Bit e gostava de lá (tanto que fui convidado e topei participar), mas há muito considero o ambiente tóxico, em grande parte por causa do Cardoso. Simplesmente parei de comentar e de frequentar. Tinha gente com quem interagia nos comentários? Sim, claro, alguns reconhecíveis. Se fossem muito presentes na minha vida, daria um jeito de continuar o contato por outros meios.

      No Gizmodo, a lógica era inversa (o Gizmodo que se incomodava com vocês) e ninguém largava o osso. Imagino que a psicologia dê conta de explicar essa relação de amor e ódio, mas a mim escapa.

      1. O meu apego não é ao local (Gizmodo), e sim as pessoas que lá estão. E nem a todos… apenas com alguns… é realmente é difícil de explicar.

        1. Também te toler… TE ADORO CARA. Mas sim, é isso mesmo, o apego é a micro-comunidade criada no local. Ruim é que nesse mofo que brota nos confins da internet, tal qual nossa flora intestinal, aparecem bons organismos com alguma função, como também podem surgir micróbios escrotos sem noção (principalmente os que levam polaridade política escrota e nojenta) e até as vezes VERMES. (Raposão seu lindo, achou que esqueceríamos de ti?)

    2. Os comentários do MeioBit estão claramente piorando, antes era possível se informar de forma complementar na seção de comentários e agora o nível de zoeira aumentou em níveis consideráveis que dá muito trabalho fazer a filtragem disso.

  18. Acho esse tipo de história muito importante. É o detalhe de uma época (praticamente uma década) que reúne o comportamento (muitas vezes maluco de entender mesmo o vivenciando) que poderia estar completamentr perdido se não fosse registrado de algum modo.

    Eu mesmo já comentei um pouco no Gizmo depois que soube do lance do dia das mulheres. Procurei confrontar os comentaristas machistas (em especial um deles com avatar de Darth Vader) e foi, basicamente, uma grande perda de tempo.

    Até houve um dia q o Malcriado RJ fez contato e em um dia q ele me escreveu algo meio atrevessado o mandei às favas.

    Sempre achei muito doido o site permitir tudo aquilo abaixo das postagens, pq nitidamente não agregava nada e queimava pra valer a imagem dos envolvidos na produção dos conteúdos. Pra mim, foi sempre um grande erro permitir isso. Mas grandes portais o fazem. O G1 talvez seja o exemplo mais infame disso com comentários criminosos por toda parte.

    A visão de mundo dos comentaristas, como se vê agora de forma bem nítida, envolvia muita frustração e o espaço de comentário virou algo q eu já observei em outros momentos, e q tb até já me coube, q é um lado terapêutico (q geralmente não dá muito certo, mas às vezes funciona) ante a modorra da rotina do trabalho ou das temáticas q dominam as pautas públicas.

    O lado reacionário, hostil e até criminoso é algo a ser registrado com destaque. Quantos não foram os q passaram por esses espaços e não saíram se sentindo piores por conta de “brincadeiras”? Qdo não se responsabilizam por isso, mesmo sendo difícil mensurar, muita coisa tb fica clara.

    Muito disso migrou para forma de quase cultos a personalidades q seguem streamers e em plataformas fechadas como Telegram, Twich e Discord ganham contornos parecidos mas com outras dinâmicas.

    Ansioso pelos novos capítulos! E parabéns pela história, Ghedin.

    1. Meu psiquiatra tentou entender também antes de pular de um prédio. Algo me diz que não devemos fazê-lo, apenas aceitar o fato.

    2. Não acompanhava os comentários do Ta-Nehisi Coates, mas conhecia a fama — o que diz algo sobre o tamanho que esse negócio alcançou. De certo modo, blogs são versões atomizadas/microscópicas de redes sociais, né? Quando crescem, chega um ponto em que a estrutura não dá mais conta e (idealmente) seria preciso dedicar cérebros e braços para dar conta da moderação. E aí a coisa aperta, porque já falta grana para o básico, sem condições — como o Caio expôs — ter alguém fazendo o papel do “community manager.”

      Uma das delícias de ser pequeno na internet é conseguir dar conta dessa demanda 😌

      1. Hehehe. Exato. É uma micro-micro rede social. Quando é pequena o suficiente pode ser não só saudável, mas parte necessária do funcionamento do negócio (como acho o caso aqui). Acho que o melhor caso de produto-editorial-com-comunidade é o FlatOut, que não por acaso surgiu lá na F451 com a gente, no Jalopnik.

        E achei um álbum aqui de um “GizDay”, um dos encontros presenciais de comentaristas que a gente fez lá no começo.

        https://www.flickr.com/photos/pedroburgos/5014692072/in/album-72157624885694837/

        1. Creio que o flatout se deu bem pelo fator “nicho” – é feito para um grupo específico.

          Fora que teve moderação ativa com participação da própria comunidade (assim como o Trivela, diga-se de passagem).

          Assuntos “de nicho” tem maior facilidade para ser gerido pois um troll que agir por lá será facilmente exposto perante a comunidade. E pessoas com problemas na divergência também. Acaba desconfortável ao troll da ocasião incomodar os mesmos.

          No final, aos poucos vão se fazendo panelinhas, por assim dizer. Mas claro, algumas comunidades são mais permeáveis e tem debates legais.

  19. Nunca consegui entender a comunidade do Gizmodo, pra mim se assemelha muito à do MdM (que nem sei como anda). Era algo que eu até tinha vontade de me sentir parte, mas cheguei muito tarde pra entender as piadas internas na totalidade. No fundo é como um brchan ou o finado VT, pessoas de todos os tipos escondidas pelo anonimato e querendo entrosar de uma forma que só o anonimato permite.

    1. Na época dos comentários acompanhava ambos os sites e, realmente, tinha muita semelhança.

      O MdM morreu faz tempo, tanto site como os comentários. Hoje só tem links pro podcast e um ou outro texto de lacração do Porco. Mas lá não foi por causa da trollagem, porque os editores do site abraçavam a comunidade (o Lojinha mesmo, começou como comentarista e virou editor). Se não me engano o negócio escalou num nível que envolvia até problemas judiciais, daí fecharam os comentários pra evitar fechar o site de vez.

  20. Conheci o Ghedin lá no Gizmodo (e depois foi a melhor coisa te seguir pq o espaço é sempre qualificado) numa época que os comentários faziam valer a pena ler os artigos do Giz junto com a seção. Depois, quando a seção de comentários degringolou, era muito decepcionante ler os artigos e ver que nos comentários só havia chernobyl comentando com muito pouco conteúdo (eu nunca comentava lá, mas sempre ia ler um pouco), e tb não era nada legal ver os bullyings acontecendo com outros perfis. Só pra comentar, um efeito colateral do fechamento dos comentários do Giz é que espaços de comentários igualmente produtivos com o do MeioBit já estão com uma qualidade bem inferior se for comparar com há um ano atrás, por exemplo.

  21. Hipocrisia!
    O Cara aparece lá banindo e SÓ DEPOIS 3 ou 4 dias se apresenta e “vem conversar” para “explicar” o motivo, podeira ao menos ter DIALOGADO antes, né!
    O próprio Caio ou o Guilherme poderiam ter avisado da mudança e APRESENTADO o cidadão ao público!

    1. …que apostas que esse sujeito vai ser espirrado antes de ter tempo de esquentar a cadeira? O Horror! O Horror!

  22. Uso o feedly para ler as noticias, entrava no site so para ler os comentários. Mas o Gizmodo mudou, muita lacração e pouca tecnologia.

    1. Pô cara, é o ponto principal.
      Gente se que machuca com palavras e acha tudo ofensivo é osso!
      A frase “Tecnologia para pessoas” no fundo do site não tinha mais sentido há tempos.
      Pra se emendarem terão de ser menos Gawker e mais Clube do Hardware, mais raiz, nerd esquisitão. Mas como eles mesmos disseram: “essa fase acabou”, então nem citar mais eu cito.

      1. É interessante ver está sua linha de raciocínio. “Pessoas que machucam com palavras”, como se palavras não pudessem ser utilizadas de forma violenta. Só que quando muitos de vocês são atingidos de alguma forma – como o próprio caso do fechamento dos comentários, vocês se sentem incomodados

        Já refletiu sobre isso?

        1. Não quis me prolongar, mas o sentido do “palavras machucam” é a extrema sensibilidade à problematização, foi esse o sentido geral.

          O pior é ser calado.

          1. Não cara, o pior não é ser calado. Acho que você não sabe o que é realmente ser sensível – ou talvez oculte sob uma camada de sarcasmo.

            Até porque ser calado, vamos dizer assim, ninguém está indo na sua casa apontar uma arma para você calar os dedos por causa dos comentários que você faz. Mas sim tentando definir um limite em um local que NÃO É SEU.

        2. Se você se machuca com palavras você deveria procurar um psicólogo pois você está traumatizado demais para suportar o mundo real.

          1. Sim, faço tratamento psicológico. E aprendi algumas coisas, como por exemplo abuso psicológico é crime.

            Tem vezes que tudo que eu queira era meter um processo em todos dos comentários que abusaram, e tenho até conversado com policiais sobre isso.

      2. Já podem mudar o nome pra GizmodE e partir pra postar sobre lacração e BBB. Lá não tem mais salvação.

      3. Nas sábias palavras de um famoso “geração floquinho de neve”.

        Mimimizentos e Birrentos que aparecem de tempo em tempo nos mais diversos locais, nos mais diversos assuntos, que se sentem ofendidos com tudo que possa ser contrário ao que creem e em vez de argumentar ficam de mimimi, pioram e chorumelam ou partem pra escrotisse e acusam o outro de agressão, hoje agravando ainda mais e partindo pra censura e a inconsequente e covarde aglomerado para agir segundo os preceitos chorume da “política de cancelamento”.

  23. “Muitos banidos não se abatiam e criavam novas contas, voltando à ativa. ”

    Mas olha a audácia desses fdp.jpg

  24. Excelente texto.
    Comecei a visitar o Gizmodo na época do intense debate… deve ter sido em 2011, pouco antes disso.
    Na época não usava psudonomios, era minha foto e meu nome… Sempre comentava quando me interessava pelo assunto e foi onde iniciei as primeiras interações com o povo de lá.

    Depois que implementaram o disqus, achei melhor usar um psudonomio.
    Não tinha nada a esconder, o objetivo inicial era criar um personagem e não só ficar trollando por trás de uma máscara e passar impune. Em 7 anos de disqus eu nunca ofendi ninguém, nunca desrespeitei quem não me desrespeitou primeiro.

    E o interessante é que muitas das desavenças, principalmente no período mais recente, se dava por questões políticas. Parte dos “comentaristas virtuosos” do Gizmodo que comemoraram o fechamento dos comentários, eram os sujeitos mais intolerantes e preconceituosos que tinham lá. Mas levantavam a bandeira da beautiful people, logo tinham carta branca pra espalhar quanto ódio fosse necessário…
    Onde quero chegar com isso? Se você acessar agora o ODZ, verá pessoas com pontos de vista políticos diferentes. Pessoas que odeiam politico X, pessoas que simpatizam com politico X e você não vê ninguém brigando, se ofendendo, perdendo a linha… afinal, há respeito e cidadania. Mesmo entre GOTs e trogloditas.

    Enfim, o gizmodo deixou de ser esse ponto de encontro para ler algumas matérias e descontrair nos comentários. Sempre dava um pulinho lá quando tava entediado no trabalho ou quando queria refrescar um pouco a cabeça.

      1. Mago erudito e o Elliot? Lembro desses dois, e mais um de óculos escuro no perfil que se achava o bastião da moral.

      2. Assim que você citar exemplos de comentários ofensivos do Gizmodo a ponto de desestabilizar alguém. “Palavras machucam”. Não é isso?

        Todos que escreveram sobre comentários ofensivos do pessoal lá no Giz, não postaram um como exemplo.

        Talvez a sensibilidade geral esteja muito alta.
        Intrigante.

    1. Acho que o tipo de ofensa dos comentaristas do Gizmodo (e do ODZ; nos últimos dias acessei várias discussões lá e é fácil encontrá-las) é um que permeia o discurso, ou seja, a ofensa não aparece necessariamente de modo explícito (embora às vezes seja), mas impregnada nas opiniões manifestadas. É uma piadinha boba aqui, um comentário mais ácido ali… Este post aqui, para ficar num único exemplo, está cheio desse tipo de coisa nos comentários, o tal “humor de quinta série.”

      Não significa que vocês sejam monstros, pessoas 100% ruins etc., mas falta empatia para perceber e reconhecer que certos discursos impactam pessoas diferentes de vocês de maneiras diferentes (negativas). É isso que coloca tudo a perder.

      Quer fazer piada suja? Pelo menos faça no privado. Ali, no Gizmodo, não era o caso, né? Vocês afugentavam outros leitores que não curtiam esse tipo de humor. E aconteceu aqui também, hoje, no Manual: uma leitora comentou a matéria comigo, no privado, e não em um comentário público porque ficou com receio de que o pessoal da ODZ pegasse no pé dela.

      1. Ai temos um problema… pois nem todos que comentam lá são “ODZ”, ou estão no nosso grupo, etc.
        Não dá pra associar todos conosco.. é complicado.

        1. Ah sim, acho que está posto que quando alguém fala “comentaristas do Gizmodo” ou “ODZ” aqui, é em referência a um grupo sem limites ou membros bem definidos, mas que se agrupam com alguma frequência (ou esses comentários não estariam no ODZ, certo?).

          1. Mas “comentaristas do Gizmodo” é uma coisa, “ODZ” ou “galera do ODZ” é outra. E nem dá pra associar todo e qualquer indivíduo que entre e comente como “alguém do ODZ”.

            ODZ meio que se tornou um grupo de individuos para conversa, tal qual a galera em um bar, como era o buteco que chamavamos de sessão de comentários. Também um blog, pra nos divertirmos.

            Acho que “comentáristas do Gizmodo” ou “comentáristas de portal de tecnologia” como alguns dizem, poderia ser comparado a uma placa petri, tem diversos organismos, boa parte pode ser nociva ou até tóxica, alguns ainda sem alguma boa funcionalidade, vai aparecer de tudo. Não adiante remover um ou outro, censurar, e se deixar largada ou má administrada vai pingar até chorume, as vezes do próprio local e não dos organismos. Mas não dá pra culpar ou generalizar agrupando todos em algum aglomerado que tenha surgido nessa placa.

      2. Se a pessoa fica impactada com o que é dito isso mostra mais sobre quem leu que o emissor da mensagem, no caso fraqueza e inaptidão de existir num meio em que pessoas que são livres tem o direito de se expressar livremente.
        Querer extirpar o direito de ser ofensivo pois uma minoria de pessoas fracas e com psiquê abalado não pode suportar empobrece a troca de ideias da humanidade num nível absurdo.

        Sem vez de se sensibilizarem se tornem mais fortes, em vez de exigirem tolerância, sejam tolerantes com a liberdade dos outros, pois todos terem direito de dizer o que quiserem vem antes do direito de se sentir ofendido.

        Em vez de exigirem que todos sejam sensíveis como você, sejam fortes num nível saudável necessário para se viver neste mundo, pois essa necessidade não vai deixar de existir por que o mundo está cheio de “floquinhos bem intencionados”.

        1. Essa noção de liberdade de expressão é equivocada no Brasil. Você até pode falar o que quiser, mas existem sanções para certas coisas. Racismo, por exemplo, é crime — e inafiançável. Injúria e difamação, também. Não é questão de sensibilidade, é de respeito e de convivência em sociedade.

        2. Complementando o Ghedin:

          Existe uma frase que diz “Se você não foi bem entendido, muitas vezes o problema é você e não o seu interlocutor.

          O uso de ofensa para uma comunicação depende muito do contexto.

          Ofensa é um tipo de violência (psicológica) que tem o intuito de incomodar o interlocutor. Só que em tempos onde se houve muita tolerância quanto ao uso de termos ofensivos (eu tenho a cisma de um jornalista que chama seus fãs de “mer****as”, apesar de eu gostar do jornalista, mas não desta conduta), a sensação que fica é que quem não gosta de termo ofensivo é “sensivel”, “incomodado”. E não é bem assim. Nota-se nas inúmeras respostas suas em relação a isso, diga-se de passagem.

          As vezes me pergunto se algum de vocês já leu “1984 (Big Brother)”, que um dos pontos que a história fala é que o uso do ódio / ofensa é uma das formas de controle que os governos tem para deixar seus liderados a mercê dos mesmos. “Os dois minutos de ódio”.

          Noto que quando se usa ofensa para lidar com alguém, no fundo também é uma forma de se sobrepor ao outro, diminuir o interlocutor (e não “equaliza-lo”). Claro que podemos dizer que “na sua cultura, todos são iguais e ofensa não é nada”, mas isso é o contexto do grupo onde você está, e não do grupo externo a quem vocês estão, seja do Manual do Usuário ou qualquer outro ambiente social digital. O contexto valha-se também em um boteco de bairro dominado por uma milícia (rolando o bingo digital), uma torcida organizada de futebol ou até promotores em confraternização.

  25. O Gizmodo hoje está igual o BigBostaBrasil, hoje só tem lacrador hipócrita, pode implodir o local, ambos…

  26. Reclamávamos muito sobre traduções erradas.
    Parecia que o cara tinha jogado no Google tradutor, postado e vou pra próxima matéria.
    Tinham erros grotescos pra um site que era responsável por apresentar tecnologia.
    Faziamos zueira, mas reclamávamos de coisas reais e melhorou muito a relação com a interação com os comentaristas.
    O Gizmodo era realmente numa válvula de escape do cotidiano e das agruras da vida.
    Mas isso é passado, como eles disseram, “como os pagers e calças quadriculadas”.

    Por conta dos comentários, hoje temos uma certa amizade, apesar de praticamente nenhum se conhecer na vida real.
    Veja que apesar de “tudo”, no ODZ estamos ajudando uma “fake” que está passando por dificuldades.
    Apesar de algumas toxidades, hoje uma pessoa está sendo auxiliada pela solidariedade dos “GOT’S”.

    E aquele é o Kelvin ou o Rodrigo Santoro???

    Enfim, adorei a matéria!
    Abraços!!!

    1. Erro de tradução é, basicamente, o modus operandi do jornalismo brasileiro. Mandam o jornalista, depois de 12h de jornada de trabalho, traduzir 5000 palavras em 45 minutos, tudo pra não pagar os R$500 que o tradutor/revisor cobraria pra fazer um servido decente.

      1. Tem um ponto ignorado aí.

        O Gizmodo BR até um tempo teve operação independente do USA – ao ponto do ponto com redirecionar aqui (e na época houve um bafafá com direito a artista famoso reclamando). Isso na época perto do fim da Gawker.

        Nisso, era mais comum a seleção de matérias para traduzir pela equipe nacional + criação focada no nacional, do que apenas a simples tradução de todos os textos.

        Não sei o que houve em seguida – isso o diretor do site poderia até falar melhor em alguma futura entrevista, vai saber. Mas sinto que para diminuir custos, mais fácil o método dito por ti: uma tradução simples + revisão pelo staff.

  27. Um dos grandes desafios dos portais/sites/blogs é como manter essa interação com leitores. Alguns sites tem áreas de comentários bem sadias e interessantes, que quase sempre complementam a matéria/post original, e por outro lado temos áreas de comentários que são praticamente uma caçamba de lixo virtual.

    O Tecnoblog, acho que a quase um ano, trocou seu sistema de comentários (se não me engano usava o Disqus ou Facebook antes) por uma área mais fechada e controlada que parece um fórum, diminuiu o volume de conversas mas aumentou a qualidade. O MeioBit que é “filial” deles hoje, usa o Disqus e apesar de alguns fanboys estranhos mal educados até tem um certo nível.
    E ai ler comentários do G1 e Uol, por exemplo, é um convite a loucura simplesmente surreal o que se lê ali.

    Então, até entendo sites que decidem fechar áreas de comentários, perde se uma área de engajamento com seu conteúdo mas também pode evitar o desgaste com o que aquilo pode gerar.

    1. o sistema anterior de comentários do tecnoblog era o diqus, eu achei que não fosse dar certo, mas até que ficou legal

      e to achando que está até demorando pro meiobit sair do diqus e ir pra comunidade do TB

      1. Acho que os editores do MeioBit não tem interesse em migrar para uma comunidade, talvez eles prefiram um sistema de comentários mais simples e dinâmico, como é o Disqus. Aquela comunidade do Tecnoblog não é muito prática pra acompanhar discussões e comentar sem abrir uma nova aba.

        Sobre a qualidade dos comentários do MeioBit, creio que eles não tenham muito problema. Não vejo muitos problemas por lá, e os eventuais trolls que aparecem são banidos prontamente pelos editores.

        1. O Eric e o Kelvin teceram elogios mais de uma vez do Meio Bit nas entrevistas. Achei sintomático. Tinha colocado um parágrafo no primeiro rascunho, mas acabei tirando porque no fim não acrescentava muita coisa.

          Não acompanho o Meio Bit mais. Quando o lia, em mais de uma ocasião apontei ao Nick, na época editor responsável, conteúdos zoados (no sentido de ofensivos) publicados pelo Cardoso. E… bem, o Twitter dele é uma sopa de coisas esquisitas. Nada foi feito, no Meio Bit. Não dá para esperar coisa diferente dos comentários se o próprio site publica materiais questionáveis. De qualquer forma, é como o Manoel falou: “Se a política editorial é de que pode existir esse tipo de maluquice, tudo bem.” 🤷‍♀️

          1. Cardoso não é parâmetro. O respeito, porém sempre o vi como elemento cômico por lá, “A Diretora do Internato™”.

            Conversei já com o Gilson – que não parece mais estar por lá -, o Dori e o Ronaldo sempre foram legais comigo também. É um site onde há acidez e parcialidade, e eu gosto disso. Às vezes ficar em cima do muro demais é impessoal ao ponto que não me identifico com a matéria, e acaba por passar batida na memória, alguma cognição pessoal é necessária.

        2. Nada me tira da cabeça que essa falta de praticidade é proposital. Tipo, só uma pessoa com muita vontade e espírito de porco passaria por todo o trabalho na comunidade apenas pra causar.

          Coincidentemente, a mudança do sistema de comentários do TB ocorreu numa época que o pessoal do Giz começou a aparecer em massa por lá.

        3. É que os textos são tão ruins e tão absurdamente “inceis” que os comentários passam batido.

    2. Mas aí que está, diferente do Gizmodo, que passou a ter um contato realmente legal entre “Blog – Leitor” a partir do Guilherme, o que víamos em alguns outros poucos lugares, como Meio bit onde o povo tem liberdade de se expressar e tem retorno da equipe de lá, não só de quem fez a matéria a ser comentada.

      E olha que já vimos lugares em que qualquer crítica ou opinião contrária a do criador do post era sumariamente censurada, como blogs cujo interesse era windows e criticar sobre ou argumentar sobre linux era tabu.

      E (Guedin diguedindiguedin) é justamente o que o Gizmode se tornou com os hipócritas de hoje, dado que houve ban e censura generalizada a qualquer crítica sobre a conduta dos hipócritas, por mais educadas que fossem. Se parar pra ler, está escrachado a hipocrisia quando um destes afirma que “Não foi com alegria” e até que lamenta, mas comemorou o fechamento dos comentários. Claro que se alguém quiser resolver seguir as opiniões ditas por estes em diversos lugares, vai continuar vendo que a hipocrisia reina. Então…

    3. Tem horas que acho que é muitas vezes ignorado o fato de que comentários = audiência = números = formas para monetizar um site. É uma forma de inflar valores para cobrar sobre a audiência. Por isso muitas vezes é ignorado as ações lá.

      Não a toa que se deixa a área de comentários com esta “liberdade” sem controle – de qualquer forma, expor a raiva / frustração /sarcasmo dá audiência.

  28. Lembro bem dessa época e, bem lá no início, era até bem engraçado (mesmo antes do discord) e sim, MalcriadoRJ sempre fui uma “celebridade” e por vezes eu nem lia a matéria, ia direto aos comentários para me distrair um pouco.

    1. Fun Fact: Eu quase virei advogado (em parte) por causa do Malcriado.

      Na época, acompanhava o Giz e os comentários como lurker. Acho que comentei em uns 2 ou 3 posts, usando meu nome e foto mesmo.

      99% dos posts do MRJ eram de zoeira, mas, quando envolvia alguma questão jurídica, ele debatia sobre com muita seriedade e leveza, elucidando o assunto sem usar de juridiquês carregado. Muitas vezes, quando uma notícia envolvia algo de legislação, corria nos comentários só pra ver a análise do Malcriado sobre o tema.
      Isso foi num tempo que ainda estava em dúvida sobre qual carreira seguir, mas me interessava bastante pela área jurídica. Talvez me alienei de tanto assistir Law & Order, também. Talvez.

      No fim, larguei mão de fazer Direito por várias questões pessoais e ideológicas, e acabei indo pra TI.

      1. Em conversas particulares com ele já me ajudou em uma questão que tinha na época.
        Sem dúvida é um cara que sentaria num bar e tomaria uma cerveja!

        Hoje é pai (ou avô logo duma vez!) e sossegou bastante o facho.

  29. Eu fui um comentarista do Gizmodo (o “nickname” era outro).
    Comecei na época do Pedro Burgos, quando o sistema de comentários ainda era o Intense debate.

    Deixei de mão pq as coisas ali nos comentários ficaram pesadas.
    Tinha preconceito e outras coisas bem ruins.
    Pulei fora.

    Ghedin, vc não tentou entrevistar o Raposão? hahahahaha

    No mais, excelente matéria.

    1. Simm, Raposa (Raposão) era também um dos comentaristas tão “velhos” quanto o MalcriadoRJ.

  30. Filma eu Galvão!!!
    Massa Rodrigo, ficou muito jóia. Agora é ver o que acontece daqui pra frente.
    E estranhamente, por mais borracha que tenha ainda nos comentários, as pessoas estão levando à sério os assuntos no ODZ que no Gizmodo não levavam. Quem sabe a gente não passa fom…. GANHA A VIDA fazendo isso um dia né?

  31. Eita, será que vou ser o “first” neste post?

    Bem, alguns já sabem que participei dos comentários do Gizmodo por um bom tempo até justamente este “ponto de virada” – a entrada dos “mais zoeiras” provocando e afastando outros.

    Quando ajudei a incentivar algumas brincadeiras (o “Juca Awards” foi mezzo curadoria minha por um tempinho, mas tinha a mão e a ideia do antigo editor da época), vi que talvez ajudei a medusa a criar mais cabeças… Ainda até hoje queria pedir desculpas a galera do staff do Giz por isso.

    Essa matéria do Ghedin é um bom recorte sobre comunidades virtuais: uma comunidade bem cuidada sempre vai ter boas relações entre si apesar de alguns atritos (o MdU é um bom exemplo disto, provavelmente o Tecnoblog (e o Meio Bit) também o é, apesar de eu não participar de ambos).

    Sempre entendi também que a F451 não tinha condições de ter uma moderação total pois tinha seus limites. Acabei nem indo mais no blog por causa disto: de fato, um dos motivos que eu tinha era a participação nos comentários – e alguns deles me ajudaram como pessoa, e não tou falando da zoeira e bullying, mas sim dos comentários técnicos e de alguns debates bem feitos. E a mudança de foco do site também me desincentivou um pouco, se bem que em torno do que estava acontecendo nos blogs de tech do Brasil e também da própria mudança editorial do Gizmodo US pós-Gawker, a mudança foi até bem vinda.

    Enfim, só torço que o Gizmodo tenha mais forças daqui para frente, que quem sofreu na área de comentários um dia se sinta confortável, e bem, sem mais.

    Um PS: ainda tenho contatos eventuais com alguns da “primeira geração” de comentaristas do Giz – inclusive da época do encontro.

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