PT jamais perdoará Moro. Se Lula ganhar a eleição, a vida do ex-juiz continuará infernizada

Sorriso Pensante-Ivan Cabral - charges e cartuns: Charge: Moro privilegiado

Charge do Ivan Cabral (Sorriso Pensante)

Vicente Limongi Netto

Juristas que me perdoem, mas Sérgio Moro foi atacado pelo vírus da burrice e do deslumbramento, ao largar a toga de juiz para fazer supletivo para a carreira política. Nunca escondeu que não tem nenhum apreço pela classe política. Um estranho no ninho, entrando na rinha das pauladas. Serpentário para quem tem couro duro.

Ainda como pré-candidato, o calouro Moro nunca disse nenhuma novidade. Em tom professoral e arrogante, fez promessas enfadonhas que todos os candidatos estão fartos de repetir.

TIRO NO PÉ – Moro deu colossal tiro no pé, aceitando ser ministro da Justiça de Bolsonaro. Jamais esperava enfrentar batalhas inglórias e tacapes pesados dos adversários. Não apenas de Lula, mas também de Bolsonaro.

Moro navegava em aparente mar tranquilo, nariz empinado e voz fanhosa, até Lula, que condenou e passou 580 dias preso em Curitiba, ser “inocentado” pelo Supremo Tribunal Federal(STF) de todas as condenações de corrupção e lavagem de dinheiro.

Crescia o inferno astral de Moro. Agora, leva pedradas de todo lado. Recebe mais flechadas no peito do que São Sebastião. O PT jamais dará trégua a Moro. Caso Lula vença as eleições presidenciais de outubro, a vida de Moro será um inferno. Nem Lexotan dará alívio.  A vingança fica ao gosto do freguês. 

NA FÉ DE SANTIAGO – A jornalista Ana Dubeux foi ao céu na Espanha. (Correio Braziliense – 22/05). Com o olhar permanente de Maria. Na frente. Sempre.  Transbordando em fé e alegria. Realizou o sonho de percorrer o Caminho de Santoago até Compostela. Tornou-se peregrina por amor e adoção. Uma viagem fascinante que Ana detalha na Revista do Correio Braziliense,

Na bagagem, o roteiro da fé. Nos tênis, perseverança. Na mochila, ternuras e reflexões. Nos descansos, nos albergues, nas refeições, o estímulo do encantamento. Nos ponches molhados, garoas de estrelas. Nas camisetas, o afago da emoção. No cachecol, o aroma do céu. Nos bonés, a forte vitalidade. Os guarda-chuvas, com tons de anjos. Ana voltou com a volúpia da conquista da paz interior. Com o sentimento do êxito e da completa realização profissional, pessoal e espiritual.

Por fim, a colunista Ana Maria Campos(Eixo Capital – Correio – 25/05) informou que o partido Republicanos procura local para o lançamento da candidatura de Damares Alves ao Senado. Que tal na aprazível Usina de Lixo de Brasília?

Siglas aliadas pedem para campanha de Lula manter pé no chão e esquecer o “já ganhou”

Diário Catarinense - Confira a charge de Zé Dassilva desta quinta-feira 🖋  Veja mais charges em: http://bit.ly/ChargesZeDassilva | Facebook

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Igor Gadelha
Metrópoles

Dirigentes de partidos que apoiam à candidatura do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto aconselharam o petista e demais integrantes da campanha a manterem o pé no chão. O conselho foi dado durante reunião de Lula com lideranças das sete siglas que já declaram apoio ao petista (PT, PSB, PCdoB, PV, Rede, PSol e Solidariedade), na segunda-feira (23/5), em São Paulo.

Durante o encontro, especialistas apresentaram pesquisas de intenção de voto sobre a corrida presidencial, com algumas delas apontando possibilidade de o ex-presidente ganhar no primeiro turno.

HUMILDADE – Foi após esse momento que dirigentes dos partidos aliados ponderaram que é preciso “manter a humildade” e trabalhar para ampliar ainda mais o arco de alianças em torno de Lula.

Segundo relatos, caciques partidários ponderaram que o clima de “já ganhou” pode acomodar a campanha. Lembraram que pesquisa é retrato do momento, que pode mudar até o pleito em outubro.

Durante a apresentação dos resultados das pesquisas, os especialistas apontaram diferença considerável nos resultados entre os levantamentos feitos de forma presencial e aqueles realizados por telefone. Em geral, Lula pontua melhor nas pesquisas presenciais. Para os especialistas contratados pela campanha, a diferença acontece porque os levantamentos por telefone não abrangem a classe mais pobre da população, eleitora do petista.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGNão adiantou nada a advertência. Os petistas entraram mesmo no clima do “já ganhou” e acreditam em vitória no primeiro turno. (C.N.)

Ciro diz que “não pega no pé” de Lula, mas critica a “contradição brutal” dele

Justiça nega indenização de R$ 50 mil de Ciro Gomes a Fernando Holiday | O TEMPO

Ciro repete que Lula e PT institucionalizaram a corrupção

Victor Correia
Correio Braziliense

O pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), criticou nesta quinta (26/5) o aceno que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez a seu partido. Segundo Ciro, Lula “está destruindo toda e qualquer voz que conteste a contradição brutal dele”. Em entrevista na manhã de hoje, o pré-candidato voltou ainda a criticar a polarização atual e afirmou que “não pega no pé” do ex-presidente.

“O Lula, por um esforço de cooptação, está destruindo toda e qualquer voz que conteste a contradição brutal dele, do ponto de vista da corrupção generalizada, que ele transformou na ferramenta central de seu modelo de poder”, disse Ciro em entrevista à CBN Campinas. O presidenciável visitará a cidade nesta sexta-feira (27) em passagem pelo interior de São Paulo, bem como Americana e Jundiaí.

DINHEIRO ROUBADO – “Veja, eu não tenho nenhum prazer em dizer isso, mas se a gente olhar que o Brasil teve R$ 6 bilhões devolvidos aos cofres da Petrobras, registrados no balanço dela, esse dinheiro foi roubado mesmo. E eu sei que foi”, completou o pré-candidato, citando o valor recuperado pela petroleira em acordos da operação Lava-Jato.

A fala ocorre em resposta ao aceno feito por Lula a seu partido, o PDT. Em coletiva de imprensa após reunião na segunda-feira (23) do conselho político da campanha do ex-presidente e do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que Lula “sente falta” do PDT em seu rol de alianças partidárias.

Na entrevista, Ciro também foi questionado sobre uma fala do presidente de seu partido, Carlos Lupi, que o criticou por “bater demais” no ex-presidente Lula.

DISSE CIRO – “Isso faz parte da futrica que, infelizmente, faz parte dos gabinetes de ódio que existem. Eu estou dizendo o que penso. Alguém me viu fazer algum ataque pessoal a Lula? Algum palpite sobre o casamento dele, sobre o aluguel da casa dele? Não faço esse tipo de coisa”, afirmou Ciro.

O presidenciável criticou ainda o presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que ele foi eleito como uma “válvula de escape”, mas acabou destruindo a indústria e a economia brasileira. Ele também afirmou que pretende acabar com a polarização entre os dois pré-candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto, e que “30%, 35%” dos eleitores procuram uma alternativa e respostas aos problemas econômicos atuais.

“É nisso que eu estou me confiando, de que amanhã, quando de fato o debate acontecer e as pessoas tiverem a oportunidade de ver quem representa o quê, que a gente possa construir um caminho de reconciliação do Brasil ao redor de um novo projeto nacional de desenvolvimento que apresente propostas concretas”, defendeu.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Ciro está correto. Ainda não chegou a hora de a maioria silenciosa escolher candidato para enfrentar Lula e Bolsonaro. Como somente ele e Simone Tebet estão disputando a terceira via, seria lógico que os dois formassem a chapa juntos. (C.N.)

Bolsonaro acha que os eleitores apoiam privatizar Petrobras e explorar Amazônia 

Bolsonaro tem encontro com Musk em hotel nesta sexta em São Paulo - Portal  Diário Piauí | JDPLuiz Carlos Azedo
Correio Braziliense

Em busca da reeleição, o presidente Jair Bolsonaro acena para o mercado financeiro e os investidores estrangeiros com uma radical agenda liberal, na qual a privatização da Eletrobras seria apenas um passo inicial. As joias da coroa são a venda da Petrobras, a empresa símbolo do nacionalismo brasileiro, e a entrega da exploração das reservas minerais e da biodiversidade da floresta ao bilionário Elon Musk — dono das empresas SpaceX, Tesla e Starlink.

O empresário sul-africano é aliado do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e tem a intenção de comprar o Twitter, por US$ 44 bilhões (R$ 225 bilhões), seu mais importante negócio em andamento, “para garantir a liberdade de expressão nas redes sociais”.

DIZ A PESQUISA – Não se deve subestimar o apelo eleitoral dessa agenda para Bolsonaro. Divulgada na sexta-feira, pesquisa Ipespe contratada pela XP Investimentos revelou que 49% dos entrevistados são contra a privatização da Petrobras, 38% são favoráveis e 13% não souberam ou não responderam. Porém, 67% apoiariam a privatização se resultasse na redução do preço dos combustíveis.

Além disso, a cartada em relação à Amazônia pode matar dois coelhos: neutralizar as pressões internacionais contra o desmatamento da Amazônia e tornar irreversível a exploração econômica da floresta por grandes empresas de tecnologia e biotecnologia.

“Nós vamos mostrar que a Amazônia é preservada. Lógico que existem os nichos de exploração, de queimada e desmatamento irregular, mas a chegada dos satélites vai nos ajudar a preservar. Agora, precisamos, também, desenvolver aquela região, que é riquíssima em biodiversidade e em riquezas minerais”, disse Bolsonaro.

FISCALIZAR E REPRIMIR – Especialistas receberam com ressalvas a informação, porque o problema da Amazônia não é o monitoramento, é a falta de fiscalização e repressão ao garimpo ilegal, à grilagem de terra e à derrubada da floresta, estimulados pelo liberou geral do governo federal.

Fabricante de carros elétricos, a instalação de uma unidade da Tesla na Amazônia é um velho projeto de Musk, que já estava sendo negociado com o governo estadual. O Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores produtores do lítio, essencial para as atuais baterias que movem carros elétricos e fazem os aparelhos portáteis funcionarem.

A Tesla, de Musk, é a empresa que mais investe e fatura em carros elétricos. O Brasil tem a sétima maior reserva de lítio conhecida no mundo: 95 mil toneladas poderiam ser exploradas imediatamente. Com as reservas não disponíveis, sobretudo na Amazônia, somam 470 mil toneladas.

ALTA VALORIZAÇÃO – Somos o quinto maior produtor mundial de lítio, 1.900 toneladas/ano, Musk está interessado na exploração do minério por causa da valorização no mercado: alta de 1.753% no preço da tonelada, entre 2012 (US$ 4,45 mil) e os atuais US$ 78,03 mil, o equivalente a R$ 365,5 mil. Embora não tenha revelado interesse direto no nióbio, apesar das ofertas públicas do presidente Bolsonaro, esse mineral também é estratégico para as empresas de Musk.

As maiores reservas de nióbio estão localizadas na região denominada Cabeça de Cachorro, em São Gabriel da Cachoeira (AM), na fronteira com a Venezuela e a Colômbia. Apesar da alta viabilidade comercial, não podem ser exploradas porque estão em território indígena e dentro das áreas de proteção ambiental do Parque Nacional do Pico da Neblina e da Reserva Biológica Estadual do Morro dos Seis Lagos. O total estimado na reserva é de cerca de 2,9 bilhões de toneladas.

O nióbio é utilizado na industrialização de produtos que suportem altas e baixas temperaturas, como aviões e foguetes aeroespaciais. Também é indispensável nas indústrias espacial e nuclear.

MINERAL ESTRATÉGICO – Várias ligas de nióbio são desenvolvidas por sua leveza e supercondutividade. Seus derivados entram na composição de aços de alta resistência, nas tubulações para transmissão de gás sob alta pressão, petróleo e água. Também é agente anticorrosivo, resistente aos ácidos mais agressivos.

Cerca de 40% do território da Amazônia está na área do pré-cambriano, com depósitos minerais de ferro, manganês, cobre, alumínio, zinco, níquel, cromo, titânio, fosfato, ouro, prata, platina, paládio.

A floresta em pé, porém, é estratégica para combater o aquecimento global, produzir alimentos e fármacos e sustentar milhares de famílias ribeirinhas e indígenas, com atividades produtivas locais. Além disso, pode atrair muitos investimentos destinados à sustentabilidade ambiental e à economia verde.

Governo Bolsonaro não consegue explicar o escândalo na compras de caminhões de lixo superfaturados

Charge O TEMPO 25-05-2022 | O TEMPO

Charge do Duke (O Tempo)

Julia Affonso, Vinícius Valfré e André Shalders
Estadão

Exatamente como aconteceu no escândalo da distribuição de tratores superfaturados, o governo de Jair Bolsonaro passou a comprar também centenas de caminhões por meio de pregões duvidosos realizados por órgãos controlados pelo Centrão. A distribuição de caminhões compactadores de lixo em redutos da base aliada não observou a realidade de dezenas de municípios nem critérios técnicos consolidados na gestão de resíduos sólidos.

Assim, está comprovado que o governo Jair Bolsonaro superdimensionou a necessidade de pequenos municípios e privilegiou regiões de aliados, deixando outras cidades sem veículos.

SUPERFATURAMENTO – Como revelou o Estadão, até agora, o governo já garantiu R$ 381 milhões a pedido de parlamentares para a compra dos caminhões de lixo. Desse total, R$ 109,3 milhões apresentaram indícios de superfaturamento. O investimento público em coleta de lixo virou foco de despesas milionárias fora do padrão e participação de empresas fantasmas. O Planalto não respondeu aos questionamentos do jornal.

O esquema dos caminhões aponta também a ausência de uma política pública para aprimorar a gestão de resíduos sólidos nas cidades que mais demandam. Além disso, mostra que o papel de identificar os gargalos foi transferido a um grupo de parlamentares mais próximo ao governo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop), moradores de cidades com até 200 mil pessoas produzem entre 0,45 e 0,70 kg de resíduos por dia. A estimativa para municípios maiores é de 0,8 a 1,2 kg de lixo por habitante a cada dia. A cidade de Juti (MS), com 6.861 habitantes, porém, informou à Funasa que a estimativa de lixo produzido diariamente por morador era de 1,1 kg.

SEM CONTROLE – Dimensionar corretamente a quantidade de lixo produzido por habitante é o principal parâmetro para saber a real necessidade dos municípios e evitar sobrepreço ou superfaturamento na compra de caminhões, segundo o Ibraop. Sem seguir esse critério, o governo pode abrir caminho para possíveis fraudes e desperdícios.

Anhanguera (GO) ganhou, em fevereiro, um caminhão compactador de lixo novo. A coleta sempre foi feita com outros tipos de veículos, mas agora o município dispõe de um compactador.

De acordo com os padrões nacionais de produção de lixo, os 1.170 moradores da cidade deveriam produzir até 800 kg de lixo por dia. A prefeitura faz outra conta. Diz que a produção chega a 5 toneladas somente nas sextas-feiras.

CAMINHÃO INÚTIL – O veículo chegou antes de outras prioridades em Anhanguera. Ainda não há lixeiras públicas, por exemplo. Os itens deverão ser comprados até o fim do ano. Enquanto isso, os moradores recorrem a latões. A coleta ocorre somente pela manhã, três vezes por semana. Na maior parte do tempo, o caminhão permanece estacionado.

Em Guapó (GO), há um aterro sanitário de uma empresa privada que recebe o lixo produzido por municípios do entorno. Apesar dos impactos, a cidade de 14.206 habitantes vive uma contradição.

Ficou de fora da lista de contempladas por políticos, e o prefeito Colemar Cardoso (PSDB) usou R$ 500 mil dos cofres municipais para evitar o colapso do sistema de limpeza urbana. “Tenho dois alugados e dois nossos. Estão muito velhos e quebram bastante”, disse o tucano.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não há nada de novo. É a corrupção que caracteriza o espécime político do Centrão. O jornal já publicou que uma empresa sediada numa casa abandonada vendeu R$ 12 milhões em caminhões de lixo para o governo, e não acontece nada. Municípios necessitados não são atendidos, enquanto municípios com pouco recolhimento recebem caminhões de última geração. É o retrato do Brasil novo normal. (C.N.)

Afinal, por que o Brasil, autossuficiente, tem de pagar o altíssimo preço do petróleo importado?

Charge do Sinfrônio (Diário do Nordeste)

J.R. Guzzo
Estadão

É óbvio que tem de haver alguma coisa profundamente errada com a administração pública de um país quando a sua maior empresa estatal, considerada como o templo universal da “presença estratégica do Estado na economia”, chega ao seu quarto presidente em três anos e meio de governo. Este último durou um mês, possivelmente um recorde mundial de rapidez no comando de uma petroleira do tamanho da Petrobras.

Não há possibilidade, aí, de que alguém tenha acertado alguma coisa. Ou erraram quando ele foi nomeado para o cargo, porque o cidadão não tinha a menor condição de dar conta do serviço –ou erraram quando ele foi demitido, porque era competente demais e estava incomodando os outros habitantes do bioma onde se decidem essas coisas.

NA CONTA DO POVO – Nas duas hipóteses, quem leva na cabeça é a população brasileira – na teoria, e segundo os mitos e lendas do folclore político nacional, a proprietária da Petrobras. É o tipo de propriedade ruim de se ter. Quando dá prejuízo, como conseguiram fazer no governo do PT, todo mundo paga. Quando dá lucro, como acontece agora com a explosão do preço mundial do petróleo, os donos não recebem um tostão furado.

O novo e quarto presidente da Petrobras, acredite quem quiser, é formado em “comunicação social” – pelo jeito, o governo acha que o problema da empresa, que nos últimos meses tem sido castigada por uma das piores tempestades de sua história, é de “imagem”.

Quem sabe melhorando a “comunicação” o problema vai embora? É pouco provável que seja isso, porque já estamos no quarto presidente em menos de quatro anos e a crise da Petrobras fica cada vez pior.

NA NOSSA CARA – Seja como for, a questão real está na cara de todo mundo, e ninguém até agora foi capaz de vir com uma única ideia coerente para ela: os preços que estão sendo pagos pelos “donos” da Petrobras nas bombas de combustível são caríssimos. São os preços atualmente pagos lá fora. Mas e daí? As pessoas não vivem “lá fora”.

Ninguém consegue entender por que o Brasil, produtor de petróleo, tem de pagar o explosivo preço internacional do produto – os custos internos de produção, refino e distribuição não são os mesmos? Não deveriam estar dentro dos limites da inflação brasileira? Por que estão repassando o preço imposto na Arábia Saudita para o petróleo produzido no litoral do Rio de Janeiro?

Não se entende, mais ainda, que a Petrobras esteja “em crise” – e tenha conseguido lucros mais de 30 vezes superiores aos que teve em seu último exercício. “Crise”? Como assim?

E O RETORNO? – As almas simples também perguntam por que a população não está recebendo os lucros da empresa na forma de combustíveis mais baratos. Ela, população, não é a proprietária da Petrobras, segundo garantem os políticos de esquerda, centro e direita? Não deveria, então, estar tendo algum benefício com isso? Se não recebe nada do lucro, deveria talvez receber algum trocado no preço, não é mesmo?

Naturalmente, observações como essas são desconsideradas sem maior discussão – são leigas, amadoras e deficientes do ponto de vista técnico, dizem os especialistas.

A Petrobras deve ser gerida de acordo com o preço internacional do petróleo? Ou de acordo com os seus custos internos? Como se pode encontrar o melhor equilíbrio entre o petróleo que a empresa extrai no Brasil e os combustíveis que precisa importar, por que suas condições de refino não cobrem todas as necessidades da frota brasileira?

SEM CONSENSO – Há uma multidão de engenheiros, economistas e outros luminares tratando do assunto; deveriam, após quase 70 anos de existência da Petrobras, ter chegado a algum tipo de consenso em relação a essas questões. É obvio que não chegaram.

O que continua obscuro, de qualquer forma, é o possível proveito que o cidadão brasileiro tem a tirar da Petrobras. Os militantes do estatismo dizem que o lucro da empresa é bom, porque volta para o Estado e daí, supostamente, é aplicado no bem-estar geral dos povos. É uma piada.

Jamais a Petrobras ganhou tanto dinheiro como hoje, e jamais a população esteve tão distante de participar dessa festa – ao contrário, está pagando mais caro do que nunca pelo combustível que compra no posto ou pelo gás que leva para casa. O lucro da Petrobras, todo ele, vai para buraco negro do Tesouro Nacional – onde se desmancha sem deixar nenhum vestígio que algum brasileiro possa perceber. O resto é conversa que não rende nada.

Agenda reformista do governo está avançando, apesar do boicote de políticos e do Supremo

Tribunal julga Bolsonaro por crimes contra a humanidade - 24/05/2022 -  Poder - Folha

Em ano eleitoral, Jair Bolsonaro começa a mostrar serviço

Rodrigo Constantino
Gazeta do Povo

Uma das promessas de campanha de Bolsonaro, o direito ao ensino domiciliar foi finalmente aprovado pela Câmara, após o STF resolver julgar sua constitucionalidade. Em seu editorial de hoje, a Gazeta do Povo comemorou a aprovação do “homeschooling” como vitória das famílias educadoras:

“A educação domiciliar deve estar contemplada no rol de escolhas à disposição de pais e responsáveis; já há muito tempo aqueles que fizeram esta opção deveriam ter sido retirados da ilegalidade”.

CURRÍCULO TÓXICO – O colunista Flavio Quintela, no mesmo jornal, também celebrou a aprovação, mencionou a enorme quantidade de americanos que já lançam mão deste método de ensino, e apontou uma importante vantagem desta liberação:

“O ensino domiciliar quebra o monopólio do Estado na educação e oferece uma alternativa ao currículo tóxico que é enfiado goela abaixo de tantos brasileirinhos e brasileirinhas.”

Além do “homeschooling”, tivemos finalmente o sinal verde do TCU esta semana para a capitalização da Eletrobras. J.R. Guzzo, em sua coluna na Gazeta, deu destaque a esta importante vitória do governo e da população em geral:

DISSE GUZZO – “Como ocorreu na lei do saneamento, que abriu para a iniciativa privada o investimento num setor em que o Estado não fazia nada e não deixava que ninguém fizesse, a privatização da Eletrobras vai influir de forma decisiva na evolução da economia brasileira. É, como no caso do saneamento, uma libertação”.

Podemos apenas imaginar como estaria o Brasil sem tantos sabotadores. A oposição esquerdista, que tenta impedir todo avanço; os políticos de “centro”, que agem para boicotar a agenda reformista do governo; e, claro, o STF, que tem sido o maior partido de oposição a Bolsonaro. O conluio é evidente e eles nem tentam mais esconder.

Edson Fachin, o presidente do TSE, recebeu os políticos de oposição para uma reunião em que a esquerda foi oferecer “solidariedade” ao TSE pelos “ataques” bolsonaristas. É tudo uma piada ruim!

JOGO SUJO – O senador Rodrigo Pacheco se mostrou um traidor covarde também, entrando nesse jogo sujo e repetindo esse discurso furado. “Não vou negar que apoiei. Não esperava que ele fosse ser tão parcial como tá sendo ultimamente. Não quero atrito com ele, mas é de uma parcialidade enorme”, disse Bolsonaro sobre Pacheco. É apenas mais um dos traidores que será abandonado pela população na hora do voto, como Doria, Joice, Frota, Moro etc.

Essa patota do atraso está toda reunida contra Bolsonaro, mas o povo está de olho, atento. O maior ícone dessa perseguição implacável é, claro, o ministro Alexandre de Moraes, que considera os patriotas que clamam por respeito à Constituição nas ruas uma cambada de “imbecis”.

Lacombe, em sua coluna na Gazeta, rebateu: “O pior imbecil, claro, é aquele que não se sabe imbecil, que inventa inimigos e os trata como imbecis. É o tolo que se acha inteligente, o petulante dado a covardias. A internet não os criou. Imbecis, já falei, sempre houve e sempre haverá”.

MUITO O QUE FAZER – Mas os cães ladram e a caravana passa. Como há muito o que fazer pelo Brasil, apesar dessa oposição suja, Bolsonaro deve continuar seu trabalho. E teve importante vitória aqui também. A vinda de Elon Musk ao Brasil foi um gol de placa do presidente. Até que para um “pária internacional” o presidente Bolsonaro se saiu muito bem, ao atrair o homem mais rico do mundo para investir em nossa Amazônia. E Musk se mostrou bastante empolgado com a oportunidade:

Enquanto isso, a elite golpista estava reunida para o casamento do ladrão, aquele que acusa a classe média de ser consumista enquanto torra milhares e milhares de reais numa festa para artistas decadentes e políticos corruptos. Nunca foi tão fácil escolher um lado…

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

Pedido para Sérgio Moro indenizar a União por “prejuízos” é inviável e sem base legal

Marco Aurélio de Carvalho, Autor em Grupo Prerrogativas

Carvalho, do Prerrogativas, é amigo íntimo de José Dirceu

Carlos Newton

Como se sabe o ex-juiz Sergio Moro virou réu em uma ação popular em que deputados federais do PT pedem que ele seja condenado a ressarcir os cofres públicos por alegados prejuízos causados à Petrobras e à economia brasileira por sua atuação à frente da Operação Lava Jato. A ação popular foi apresentada pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do festivo Grupo Prerrogativas, que defende o direito de empresários envolvidos em corrupção serem indenizados, ao invés de punidos.

Nesta segunda-feira (dia 23), o juiz Charles Renaud Frazão de Morais, da 2ª Vara Federal Cível de Brasília, recebeu a inicial, o que significa que dará curso à ação. E determinou: “Cite-se o réu”.

ERRO DO JUIZ – Conforme o jurista Jorge Béja já explicou aqui na Tribuna, Moro não é mais agente público. Além disso, sentença judicial não pode ser questionada por meio de ação popular. Portanto, o juiz federal Charles Morais não poderia ter dado seguimento à petição do advogado prerrogativo, digamos assim, que precisará se socorrer de outras prerrogativas jurídicas, caso insista em perseguir o ex-juiz Sérgio Moro.

Se cabível esse procedimento em termos de ação popular, a União tem de integrar o polo passivo,  como ré, junto com os desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e os ministros da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que também condenaram os empreiteiros e Lula da Silva.

Ao invés da ação popular, teria de ser movido um processo de responsabilização civil dos magistrados e até dos procuradores, com dezenas de réu.

PRERROGATIVAS – 0 fato concreto é que o advogado coordenador do Grupo Prerrogativas faz o possível e o impossível para beneficiar Lula e os empreiteiros corruptos da Lava Jato, desvirtuando os propósitos originais que levaram à criação do Grupo em 2019, cujo objetivo era simplesmente defender os direitos dos advogados.

Estão (ou estavam ) no Prerrogativas não apenas advogados, mas também, procuradores, como Augusto Aras, assim como juízes e até ministros de tribunais superiores, inclusive do Supremo, como Gilmar Dantas, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Carmén Lúcia.

Mas os advogados que hoje estão à frente do Grupo – Marco Aurélio de Carvalho, Lenio Luiz Streck, Carol Proner, Fabiano Silva dos Santos, Gustavo Badaró e Aury Lopes Jr., entre outros –  alteraram os objetivos e colocaram o Prerrogativas contra a Lava Jato, para defender os interesses dos clientes empreiteiros envolvidos em corrupção, e depois se puseram a serviço de Lula da Silva, ao organizar em dezembro o concorrido jantar para formar a chapa com Geraldo Alckmin.

DOADORES – Os dois maiores doadores do evento foram o banco BTG Pactual e a operadora de planos de saúde Qsaúde (Qualicorp), que tem o empresário José Seripieri Junior como controlador. Cada empresa doou cerca de R$ 50 mil.

A doação do BTG foi viabilizada por um dos advogados do banco que integra o Prerrogativas. O banco é controlado por André Esteves, que tem bom trânsito com ministros de Jair Bolsonaro. Quanto a Seriperi Júnor, é amigo pessoal e íntimo de Lula, que costumava festejar os fins de ano na luxuosa propriedade do empresário em Angra dos Reis.

O pior de tudo é a desfaçatez. Em nota após a divulgação do “patrocínio”, o BTG Pactual reforçou que sua doação não foi para bancar o jantar, e sim diretamente para a campanha “Tem Gente com Fome”. Seripieri também alegou que os recursos foram destinados integralmente à campanha “Tem Gente com Fome”.

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P.S.
Bem, com advogados, empresários, banqueiros e políticos desse tipo, como é que o Brasil conseguirá andar de novo para a frente? (C.N.)

Aras trai Bolsonaro e opina que Silveira fica solto, mas continua a ser inelegível

Aras diz ter bloqueado R$ 270 milhões da J&F para Transparência  Internacional; ONG nega repasse

Aras apoiou Moraes na redução dos efeitos da graça

Aguirre Talento
O Globo

O procurador-geral da República Augusto Aras afirmou ao Supremo Tribunal Federal que o indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) para livrá-lo da condenação a oito anos de prisão é constitucional, mas não livra o parlamentar de se tornar inelegível.

No seu parecer, Aras escreveu que as prerrogativas envolvendo a concessão do indulto pelo presidente da República são “políticas” e não podem ser restringidas pelo Judiciário, desde que atenda aos critérios estabelecidos na Constituição.

DIZ ARAS – “As ponderações envolvidas no exercício das prerrogativas presidenciais de indultar e de conceder graça são eminentemente políticas. Daí que o escrutínio judicial não abarca as composições e conjugações principiológicas ou valorativas realizadas pelo chefe de Estado, vale dizer, seu juízo político”.

Aras ainda opina que a concessão da graça a Daniel Silveira não o livra dos efeitos decorrentes da condenação, dentre eles a suspensão dos seus direitos políticos após o trânsito em julgado (esgotamento dos recursos).

“A graça e o indulto não eximem seus beneficiários de eventual responsabilização nas searas cível, administrativa, eleitoral ou nas demais esferas do direito em que possa repercutir a prática do fato delituoso”, escreveu.

DECRETO LEGAL – Sobre um outro ponto questionado na ação movida por partidos políticos contra o decreto presidencial, o procurador-geral afirma que o benefício poderia ter sido concedido ao parlamentar mesmo antes do trânsito em julgado da sua ação, opinando pela legalidade do decreto.

Silveira foi condenado em julgamento realizado pelo STF em abril, por dez votos a um. Pouco depois, o presidente Jair Bolsonaro editou um decreto concedendo graça (equivalente a um indulto individual) para livrá-lo da condenação.

Já no início de seu voto, que contém mais de cem páginas, Moraes rechaçou a tese de que as declarações de Silveira estariam protegidas pela liberdade de expressão e fez uma defesa enfática da manifestação de opiniões que não abriguem “discurso de ódio” e “prática de delitos”.

DISSE MORAES – “A Constituição não garante a liberdade de expressão como escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas, para discurso de ódio, discurso contra as instituições — afirmou o relator.

Silveira, que ficou preso por quase um ano, foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de agressões verbais e graves ameaças contra os integrantes do Supremo em três ocasiões; incitar o emprego de violência e grave ameaça para tentar impedir o livre exercício dos Poderes Legislativo e Judiciário por duas vezes; e estimular a animosidade entre as Forças Armadas e o STF, ao menos uma vez. Ele virou réu em abril de 2021.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Aras deu um parecer antijurídico e Bolsonaro deve estar espumando de raiva. A doutrina jurídica determina que o perdão ou a anulação da pena principal desfazem o efeito das penas acessórias, pois quem pode o mais pode o menos. Aras seguiu Moraes, que “revogou” essa doutrina, e parece estar se vingando por não ter sido escolhido para o Supremo. Mas tudo isso não representa novidade nesse país “novo normal”, onde reina a esculhambação política e um condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pode disputar eleição presidencial. (C.N.)

Para se reeleger, Bolsonaro quer travar aumentos da Petrobras até as eleições de outubro

Charge do Cacinho

Pedro do Coutto

A questão dos preços da gasolina, do diesel e do gás faz parte de um panorama bastante amplo que coloca posições divergentes no próprio governo: o presidente Jair Bolsonaro quer travar os reajustes pelo menos até as urnas de outubro.

Tal posicionamento choca-se com o pensamento do ministro Paulo Guedes, autor da indicação de Caio Paes de Andrade para a Presidência da estatal, que inclusive pode se deslocar para a esfera judicial ou para um conflito administrativo no Conselho da própria Petrobras.

NOVA INVESTIDA  – Reportagem de Fábio Pupo, Folha de S. Paulo desta quarta-feira, revela a nova investida de Bolsonaro para travar aumentos da gasolina e do diesel na reta final das eleições para a Presidência da República. Ele determinou estudos para que seja encontrada uma fórmula que estabeleça um intervalo maior sobre os reajustes de preços até que o eleitorado decida sobre a sucessão presidencial.

A disposição de intervir no mercado de combustíveis confronta-se com o pensamento de Guedes, que sucessivamente condenou a política de intervenção estatal neste mercado. Por uma coincidência do destino, Caio Paes de Andrade é da equipe de Paulo Guedes na Economia. Foi indicado pelo ministro para dirigir a empresa e a indicação causou um duplo reflexo negativo. Primeiro, a divergência entre liberar os preços ou travá-los como deseja Bolsonaro.

A segunda contradição é que setores da Petrobras ameaçam ir à Justiça contra a indicação porque Paes de Andrade não reúne os requisitos fundamentais para presidir a Petrobras. Ele não tem prática com o universo do petróleo e isso está sendo apresentado contra a sua indicação.

VANTAGEM DE LULA –  O Ipec divulgou no final da tarde de terça-feira e O Globo publicou em sua edição de ontem, reportagem de Bernardo Mello, destacando que no estado do Rio de Janeiro, em matéria de intenção de voto, Lula mantém a vantagem de 15 pontos sobre Bolsonaro. Dois dias antes, o Instituto Quaest havia publicado que no Rio havia um empate entre ambos na escala de 35%.

Evidentemente a pesquisa do Instituto Quaest estava e está errada, o que prejudica os que costumam escrever sobre o assunto, pois num dia são levados a fazer análises sobre números que não são reais.

O Ipec revela também que sua pesquisa foi encomendada pela Rio Indústria e se estendeu ao universo dos evangélicos. Entre esses, aí sim, Bolsonaro leva vantagem. Ele tem 46% contra 29% para Lula. Um aspecto bastante sensível destacado pelo Ipec é que do eleitorado pesquisado, a presença dos que se disseram evangélicos é de um terço. Acho uma base muito ampla.

POSIÇÃO NAS PESQUISAS  – Joelmir Tavares, Folha de S. Paulo de ontem, publicou extensa reportagem sobre os bastidores do MDB que, de fato, aceitam Simone Tebet como candidata da legenda, através da terceira via. Mas condiciona o apoio a que ela melhore sua posição nas pesquisas do Datafolha ou do Ipec. Nos últimos levantamentos ela aparece com 1% dos votos.

Ela pode crescer, mas a terceira via depende da convenção do PSDB e do Cidadania. Verifica-se assim a importância que ganharam as pesquisas eleitorais no país. Antigamente muitos não acreditavam nelas. Sempre acreditei no Ibope e continuo acreditando no Ipec e no Datafolha.

ROBÔS E PERFIS FALSOS  –  Foi excelente o editorial da Folha de S. Paulo de terça-feira sobre a existência em larga escala de perfis falsos em plataformas da internet superestimando manifestações de seguidores, compartilhamentos e comentários que são produzidos por robôs. Esses perfis falsos têm como objetivo influir comercialmente para a adesão de propaganda de empresas ou de mensagens daqueles conhecidos como influenciadores.

A Folha de S. Paulo cita como exemplos o que acontece no TikTok, no Facebook e no Instagram, acrescenta que os perfis não autênticos e são controlados por pessoas que atraídas pelas promessas de ganhos extras, chegam a gerir até 500 contas diferentes. Um verdadeiro absurdo. A FSP conclui que se trata de uma prática que tem como objetivo percepções falsas do mercado de informação.

Estratégia do PT é fomentar a polarização para tentar vencer logo no primeiro turno

lápis de memória: Polarização política

Charge do João Bosco (O Liberal)

Denise Rothenburg
Correio Braziliense

Embora 90% das candidaturas estaduais do MDB tenham chancelado o acordo pelo lançamento da senadora Simone Tebet à Presidência da República, o PT e seus aliados vão trabalhar para conquistar o que puder de apoio emedebista ainda no primeiro turno.

Na reunião que formatou o conselho político da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi dito que, em todos os anos de eleição presidencial, o PT nunca encontrou um cenário tão favorável em maio quanto o de agora.

PRIMEIRO TURNO – A expressão “primeiro turno” não foi dita por Marcos Coimbra, que fez a apresentação dos dados e comparações. Mas muitos dos presentes saíram com vontade de dizê-la, quebrando o histórico de que o PT não vence no primeiro turno.

A avaliação de que a polarização está consolidada será cada vez mais difundida e a ideia é tentar minar as demais candidaturas. Além do MDB, as investidas vão crescer sobre o PDT de Ciro Gomes e, conforme o leitor da coluna já sabe, vão se intensificar também sobre o PSDB, via Geraldo Alckmin.

E O presidente Jair Bolsonaro ficou numa sinuca com o resultado da disputa interna do PL para decidir quem substituirá o deputado Marcelo Ramos no cargo de primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados. O vencedor Lincoln Portela é da bancada evangélica, aliada do Palácio do Planalto. Porém, o deputado Capitão Augusto (SP), bolsonarista de carteirinha, vai concorrer.

RECUAR, TALQUEI? – A avaliação dos aliados do presidente é de que o melhor caminho é o Planalto, agora, manter distância regulamentar dessa disputa. Não dá para brigar com a bancada evangélica em pleno ano eleitoral.

E como não há tem benefício grátis, os estados vão pressionar para que o teto do ICMS de 17% sobre combustíveis, energia e transporte público, instituído pelo projeto do deputado Danilo Forte (União-CE), não baixe a arrecadação. Se hoje não se chegar a um “gatilho” em caso de perda de arrecadação de 5%, por exemplo, a União teria que arcar com a diferença. Aí, quem não quer é governo federal.

O problema é que, se for a votos, a proposta passa. Com ou sem gatilho. O projeto já ganhou fama de que ajudará a baixar os preços dos combustíveis. Para completar, até no Senado há mal-estar em relação aos pedidos dos governadores, porque os estados não cumpriram à risca a lei que tentou padronizar a cobrança de ICMS sobre combustíveis.

Um poema desesperadamente erótico, na criatividade sempre audaciosa de Hilda Hist

Fragmento Literário: Hilda Hilst - FrasesPaulo Peres
Poemas & Canções

A ficcionista, dramaturga, cronista e poeta paulista (1930-2004) Hilda Hist é considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Para Hilda, o desejo não lhe mete medo, conforme revela neste poema.

DO DESEJO
Hilda Hilst

Porque há desejo em mim, é tudo cintilância.
Antes, o cotidiano era um pensar alturas
Buscando Aquele Outro decantado
Surdo à minha humana ladradura.
Visgo e suor, pois nunca se faziam.
Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo
Tomas-me o corpo. E que descanso me dás
Depois das lidas. Sonhei penhascos
Quando havia o jardim aqui ao lado,
Pensei subidas onde não havia rastros.
Extasiada, fodo contigo
Ao invés de ganir diante do Nada.

Ver-te. Tocar-te. Que fulgor de máscaras.
Que desenhos e rictus na tua cara.
Como os frisos veementes dos tapetes antigos.
Que sombrio te tornas se repito
O sinuoso caminho que persigo: um desejo
Sem dono, um adorar-te vívido mas livre.
E que escura me faço se abocanhas de mim
Palavras e resíduos. Me vêm fomes
Agonias de grande espessuras, embaçadas luas
Facas, tempestade. Ver-te. Tocar-te.
Cordura. Crueldade.

Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada a tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.

Se eu disser que vi um pássaro
Sobre o teu sexo, deverias crer?
E se não for verdade, em nada mudará o Universo.
Se eu disser que o desejo é Eternidade
Porque o instante arde interminável
Deverias crer? E se não for verdade
Tantos o disseram que talvez possa ser.
No desejo nos vêm sofomanias, adornos
Impudência, pejo. E agora digo que há um pássaro
Voando sobre o Tejo. Por que não posso
Pontilhar de inocência e poesia
Ossos, sangue, carne, o agora
E tudo isso em nós que se fará disforme?

Existe a noite, e existe o breu.
Noite é o velado coração de Deus
Esse que por pudor não mais procuro.
Breu é quando tu te afastas ou dizes
Que viajas, e um sol de gelo
Petrifica-me a cara e desobriga-me
De fidelidade e de conjura. O desejo
Este da carne, a mim não me faz medo.
Assim como me veio, também não me avassala.
Sabes por quê? Lutei com Aquele.
E dele também não fui lacaia.

“Projeto de Nação” dos generais quer manter um governo paramilitar até 2035, pelo menos

A questão militar e as perplexidades da esquerda - Patria Latina

Charge do Alpino (Yahoo Notícias)

Marcelo Godoy
Estadão

O País se deu conta nesta semana de que o projeto dos militares que apoiam o governo de Jair Bolsonaro prevê a manutenção do poder até 2035. Até lá, eles terão avançado na tarefa de remodelar o Estado, vencendo uma nova guerra. Na falta do Movimento Comunista Internacional, identificam o “globalismo” como a doutrina inimiga que pretende subjugar a Pátria.

É a banca internacional – a alta finança – que ocupa o lugar que um dia foi dos bolcheviques, criando uma situação interessante. O discurso contra a plutocracia, tão em moda entre os radicais da direita dos anos 1920, orgulha-se em dividir a mesa com Elon Musk, mas é refratário ao dinheiro de George Soros.

ESTUDO PARAMILITAR – Tudo isso está no “Projeto de Nação, o Brasil em 2035”, um estudo paramilitar do Instituto Villas Bôas, entidade criada pelo general Hamilton Brandão, vice-presidente da República, em parceria com o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e mentor de Jair Bolsonaro em 2018, mas hoje imobilizado por graves problemas de saúde.

Mourão coordenou elaboração do “Projeto de Nação” em parceria com institutos Sagres e Federalista, também mantidos por militares, e teve o apoio da atual estrutura dos ministérios, que distribuíram questionários pelo País, cujas respostas moldaram o documento, conforme disse seu coordenador, o general Rocha Paiva. Assim é fácil.

O plano dos generais Eduardo Villas Bôas e Hamilton Mourão defende maior austeridade pública, mas somente para os civis, pois os militares continuariam com suas mesmas prerrogativas.

CIVIS E MILITARES – Por exemplo, a meta é cobrar o atendimento no SUS de quem ganha mais de três salários mínimos, mas os militares seguiram com seu próprio plano de saúde, dentro do desconto de apenas 3,5% do salário, a título de assistência médica, hospitalar e previdenciária, enquanto os civis pagam 11% ou mais só para se aposentarem.

Pretende impor mensalidades aos alunos das universidades federais, enquanto os cadetes das Forças Armadas e das polícias recebem soldo nas suas escolas porque o estudo ali é visto como serviço e conta para aposentadoria.

Aliás, ao tratar da Educação, a intenção do “Projeto Nação” fica mais nítida. Quer “desideologizar” o ensino no País. Como fazer isso sem afrontar a liberdade de cátedra, a autonomia universitária e a liberdade de pensamento, é algo que não está explicado. É curioso que generais se sintam à vontade para impor ao mundo acadêmico aquilo que acusavam o PT de tentar impor às escolas de formação de oficiais: um currículo ao gosto de sua visão de mundo.

TUTELA IDEOLÓGICA – O leitmotiv do trabalho seria a tutela ideológica da sociedade? Se não, como explicar que até no capítulo que trata do combate à corrupção conste como diretriz para atingir esse objetivo “coibir a pregação ideológica radical nos três níveis da Educação”?

É como se a corrupção fosse problema da ideologia que se pretende combater: a dos outros. A corrupção não existiria no ouro dos pastores da Educação, no orçamento secreto, na compra de tratores ou caminhões de lixo e nas rachadinhas.

Por fim, quem oferece um projeto à Nação silencia sobre o exemplo que deve dar ao País, porque mantém os privilégios das corporações da burocracia civil e militar.

FALSA AUSTERIDADE – Neste “Projeto de Nação” não se toca no acúmulo de salários, na aposentadoria integral de militares e nas gratificações e auxílios deles e de carreiras privilegiadas, como a dos magistrados. Fica-se, assim, com a impressão de que a austeridade do projeto é só uma pimenta jogada nos olhos dos outros.

Esse ambicioso e ditatorial programa de gestão liderado pelo Instituto Villas Bôas (leia-se: generais Eduardo Villas Bôas e Hamilton Brandão) visa à manutenção do controle militar do governo até o ano de 2035, pelo menos. Ou seja, a partir do governo paramilitar de Jair Bolsonaro, seriam 20 anos de nova ditadura, quase se igualando aos 21 anos do regime militar de 1964.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
As matérias de Marcelo Godoy no Estadão estão revelando que a possibilidade de golpe não é uma brincadeira, muito pelo contrário. Aliás, é justamente por isso que Bolsonaro está falando tão grosso. Esse “Projeto de Nação” é uma vergonha para os militares que o prepararam e também para os civis que dão apoio a essa iniciativa, que nada tem de republicana ou de democrática, convenhamos. (C.N.)

‘Bolsonaro não se reelege, porque economia vai piorar’, afirma Weintraub em entrevista

Weintraub diz que Bolsonaro perderá eleição e que economia vai piorar até  outubro

Weintraub diz que foi um erro Bolsonaro se curvar ao Centrão

Guilherme Caetano
O Globo

Nome do PMB ao governo de São Paulo, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub ainda mora nos Estados Unidos. Em entrevista ao GLOBO, ele vê vista grossa do Planalto para corrupção e propõe cercar bairros contra violência

O senhor tem cerca de 1% das intenções de voto nas pesquisas, enquanto Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem por volta de 10%. Como pretende conquistar o eleitorado que está com ele hoje?
Se me deixarem entrar na disputa, eu consigo apresentar meus argumentos e me sobressair. No debate, eu contra ele (Tarcísio), contra (Fernando) Haddad, contra (Márcio) França, eu desmascaro todos eles. Eu tinha 15%, aí veio uma campanha do Centrão para esvaziar o meu nome e inviabilizar a minha candidatura.

Essa campanha veio do Centrão ou do presidente Jair Bolsonaro?
Do Centrão. O Tarcísio tem ligações com eles muito fortes. Estão preocupados porque onde eu estiver não tem negócios com o Centrão.

Faltam menos de cinco meses para as eleições e o senhor ainda está nos EUA. Isso não prejudica sua pré-campanha?
Estou só acertando os últimos detalhes da burocracia do visto de residência. Em semanas, estou no Brasil.

O senhor ainda não conseguiu um partido aliado sequer. Não enfraquece a candidatura?
A gente está conversando com outros partidos pequenos. A gente não quer associar a imagem do nosso movimento com nada ou ninguém que tenha corrupção na parada. E acho que tem uma parcela da população atenta a esse movimento. Na hora que eles identificarem a inviabilidade do Tarcísio de ganhar a eleição… Acho que ele não vai ganhar a eleição, vai perder. E eu acho que mais para frente o pessoal vai começar a ficar com receio de o próprio Bolsonaro não se reeleger. E isso vai ligar um sinal de alerta, as pessoas vão procurar uma linha de defesa, montar uma resistência ao totalitarismo do PT.

O PT derrotar Bolsonaro. É esse o cenário que o senhor espera que aconteça?
Eu diria que esse cenário é o mais provável hoje. Infelizmente, o presidente Bolsonaro não deve se reeleger, e o Lula deve ser presidente. Daqui até a eleição as coisas só vão piorar na parte econômica, e na parte política vão aparecer mais escândalos. O presidente perdeu uma parte significativa da militância, porque todo aquele ideário foi para o ralo, de não negociar com pessoas acusadas de corrupção. Não se fala mais em “a verdade vos libertará”. Hoje é “psiu, não conta se não o PT volta”.

O senhor chegou a dizer que não confia mais no presidente, mas que vai votar nele num segundo turno. Fará campanha para ele?
Não, porque não confio mais, mas sempre vou votar contra o Lula. Não anulo voto.

O senhor vê o presidente como honesto?
Eu não acho que ele tenha pego nada para ele na física (materialmente). Mas isso só não basta. Ser honesto é diferente de ser conivente. Acho que ele está vendo os caras aprontarem, não é possível.

O senhor integrou um governo armamentista. O que defende para a Segurança?
Na Segurança, defendo fechamento de bairros e ruas para os moradores poderem, dentro dessas áreas de controle de circulação, levar uma vida mais normal, com menos violência. Isso vai reduzir a criminalidade nas áreas que quiserem (implementar o cerco), não é obrigado. Cercear um pouco o trânsito através da identificação de quem entra e sai não vai impactar o trânsito da região. Se o morador não quiser, não precisa fechar.

E se todos os bairros quiserem? Qual seria o custo disso? Quantos agentes envolvidos?
É fechar o que dá, e para quem quiser. Não dá para fechar áreas com grande fluxo de pessoas. Não vou fechar a Avenida Paulista. É mais na periferia que a gente vai fechar os bairros.

Isso não resolveria a criminalidade.
Eu quero salvar o máximo de pessoas no curto prazo. Eu não quero esperar uma solução para todos. Se a pessoa tem condição de se salvar sozinha, está autorizada, vai e se salva, ela e sua família. A esquerda quer o quê? Enquanto não resolver de todo mundo, ninguém pode ter (segurança)?

Como o senhor pretende lidar com a questão da Cracolândia?
Temos que dar os recursos para a pessoa ser resgatada. Tem um monte de imóveis vazios, você pode dar um quarto e um banheiro para o cara, e aí dar um tratamento, acompanhar o cara. E precisa ter um responsável por ele. Não falta “ongueiro” aí. Com o traficante, é combate ao crime. Tem que cortar o fluxo financeiro.

A sua passagem pelo MEC ficou marcada pela reunião em que o senhor disse que “botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”. Pretende manter essa postura?
Tenho problema com quem quer privilégio. Com a instituição (Judiciário), tenho zero. Eu não troco um juiz concursado por um indicado politicamente numa Corte superior.

Envolvida na Lava-Jato, empresa reconhece corrupção e vai  pagar US$ 39,6 milhões à Petrobras

Glencore é investigada nos EUA por suspeita de corrupção - Jornal O Globo

Glencore corrompia na importação e exportação de petróleo

Lucas Mathias
O Globo

O Ministério Público Federal (MPF) firmou, nesta terça-feira, um acordo de leniência milionário com a empresa de trading company Glencore, no âmbito da Operação Lava-Jato. A organização, que opera a compra e venda de petróleo e derivados no mercado externo, reconheceu atos de corrupção por meio de pagamentos indevidos a funcionários da Petrobras, com o auxílio de intermediários, para ser favorecida nas transações.

Com isso, terá que pagar diretamente à estatal o valor de US$ 39,6 milhões. A decisão acontece em meio a uma nova crise na Petrobras, que teve seu comando trocado mais uma vez.

PARCELA ÚNICA – O acordo prevê que o pagamento do valor milionário seja efetuado em parcela única, diretamente à Petrobras e em até 30 dias após a homologação do acordo pela 5ª Câmara de Combate à Corrupção do MPF (5ª CCR).

Segundo a investigação do MPF, a Glencore realizava pagamentos indevidos a intermediários, que repassavam esses valores a funcionários da Petrobras. O objetivo, com isso, era receber facilidades e vantagens em operações comerciais de compra e venda de combustíveis, realizadas pela estatal brasileira no mercado externo. Com o acordo, a prática ilícita foi reconhecida pela empresa.

No pacto firmado com o Ministério Público, a Glencore também reconhece as irregularidades, além de se comprometer com o ressarcimento dos danos e com o avanço da investigação, identificando os envolvidos e apresentando informações e provas relevantes.

CÓDIGOS DE ÉTICA – O acordo também prevê que a empresa se comprometa a adotar medidas de integridade e transparência e a aplicar efetivamente códigos de ética e de conduta.

O montante total a ser pago, de US$ 39,6 milhões, é composto por US$ 29,6 milhões a título de reparação de danos e reversão de vantagens indevidas, US$ 9,8 milhões de multa prevista na Lei de Improbidade Administrativa, além de US$ 145,9 mil, multa prevista na Lei Anticorrupção. A conversão dos valores em reais deverá ser feita de acordo com a taxa de câmbio vigente no dia em que o pagamento for efetuado.

A previsão de pagamento do montante à Petrobras acontece em meio a nova troca no comando da estatal. Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) optou por demitir José Mauro Coelho. Ele havia sido nomeado em abril e ficou pouco mais de um mês no cargo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Caramba! Como denunciamos ontem, é preciso abrir a caixa preta da importação/exportação na Petrobras. Mas a notícia é meio maluca, pois o juiz Moro virou réu pelos prejuízos que deu ao país, por ter combatido a corrupção. E agora vem essa confirmação de que a corrupção é que dava prejuízo à Petrobras. Assim, não é possível entender nada. Está tudo de cabeça para baixo, ou ponta-cabeça, como se diz em São Paulo.  (C.N.)

Simone Tebet não tem dúvidas de que contará com apoio do PSDB na eleição

Senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à Presidência, concede entrevista coletiva à imprensa em Brasília — Foto: Marcela Mattos/g1

Na entrevista, Simone afirmou que mulher vota em mulher

Marcela Mattos
g1 — Brasília

A pré-candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira (25) não ter dúvidas de que contará com o apoio do PSDB na disputa pelo Palácio do Planalto. A declaração foi dada durante entrevista a jornalistas em Brasília, um dia após o MDB e o Cidadania terem decidido reiterar o nome da senadora como indicação do grupo ao Palácio do Planalto.

O PSDB também compõe o grupo, mas ainda não decidiu se irá aderir à campanha de Simone Tebet ou se lançará uma candidatura própria. A legenda deve se reunir na próxima semana para tomar uma decisão.

TODOS JUNTOS – “Não tenho dúvidas de que, na semana que vem, nós estaremos com aqueles que sempre foram nossos aliados de primeira hora: homens e mulheres de bem do PSDB. Não tenho dúvida de que essa construção está sendo muito bem feita pelo nosso presidente Baleia Rossi [MDB] junto com o presidente [do PSDB] Bruno Araújo”, declarou Simone Tebet nesta quarta.

Na última segunda (23), o ex-governador de São Paulo João Doria anunciou ter desistido de concorrer ao Palácio do Planalto. Apesar de ter vencido as prévias tucanas, Doria enfrentava resistências dentro do próprio partido e nas demais siglas que negociam uma candidatura única.

O colunista do g1 Valdo Cruz informou que, com a desistência de Doria, o grupo político do deputado e ex-presidente do PSDB Aécio Neves passou a defender uma candidatura própria tucana e que o nome seja o do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite.

COM DORIA – Questionada se falou com o ex-governador de São Paulo após a desistência, Tebet afirmou que “sempre” conversa com o PSDB e com Doria. Disse, ainda, que mandou mensagem para Doria e que foi “rapidamente respondida”.

“A minha relação com o PSDB é da mais profunda amizade. Tenho nos grandes líderes do PSDB hoje, que eu faço agora uma homenagem em nome do meu amigo pessoal, meu querido e particular amigo, que é alguém com quem me aconselho, senador Tasso Jereissati, e de um grande amigo que também conquistei ao longo do tempo, que é o presidente Bruno Araújo, eu faço uma homenagem à história do PSDB. Foi pela estabilidade da moeda, que lutou conosco por democracia, e está conosco dentro desse processo do centro democrático”, afirmou.

Na entrevista desta quarta, Simone Tebet disse que o Brasil “clama pelo centro democrático”.

HÁ UM CLAMOR – “E a esse clamor o MDB também grita: ‘presente’. Tendo ao lado o Cidadania e, em breve, não tenho dúvidas, o PSDB. A esse clamor eu também respondo: ‘Sim, eu estou presente’. É um clamor da urgência de um país que é dito celeiro do mundo, mas não tem a capacidade de alimentar seus filhos”, afirmou.

Ainda na entrevista, Tebet mostrou sua aposta no eleitorado feminino para crescer nas pesquisas de intenção de voto. A senadora disse ter tido acesso a levantamentos que mostram que a maior parte das mulheres ainda não escolheu o candidato nas eleições deste ano.

“Eu era risco [zero], virei 1% e agora sou 2%, aumentei 200% sem sequer me apresentar ao Brasil. Não vamos menosprezar a força das mulheres eleitoras que não estão satisfeitas com o Brasil que têm’, disse a pré-candidata.

VOTO DE MULHER – “Temos visto uma geração de meninas e de jovens mulheres que estão ensinando a nós mulheres que temos um pouquinho mais de idade que mulher vota em mulher. Porque a mulher que tem sucesso, mulher que se empodera, que tem protagonismo, ela empodera outra mulher”, afirmou.

Tebet disse ainda que constará em seu programa de governo a criação de um “ministério paritário” entre homens e mulheres, e que o pré-requisito para ambos será ter competência e vontade de servir ao Brasil.  

Questionada se montaria uma chapa feminina, a pré-candidata afirmou que a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) é uma “amiga pessoal” e que terá “o maior prazer” de tê-la ao lado, mas que essa é uma decisão que será construída com os presidentes dos partidos ao lado das demais legendas que possivelmente venham a compor a chapa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Simone Tebet precisa se acautelar. A partir de agora, as campanhas de Lula e Bolsonaro vão abanar a campanha dela, com apoio dos institutos de pesquisa, para impedir o avanço de Ciro Gomes. Se a senadora não se unir a Ciro Gomes, os dois serão liquidados de véspera, como peru de Natal. Sozinhos, Simone e Ciro não têm a menor chance contra Bolsonaro e Lula. No entanto, caso se unam, estarão formando uma chapa fortíssima, da pesada. Precisam raciocinar sobre isso. (C.N.)

Bolsonaro, o idiota, veta Nise da Silveira no livro dos ‘Heróis e Heroínas da Pátria’

O que melhora o atendimento é o contato... Nise da Silveira - Pensador

Por g1

O presidente Jair Bolsonaro vetou a inscrição do nome da psiquiatra alagoana Nise da Silveira no livro dos ‘Heróis e Heroínas da Pátria’. A homenagem à médica, conhecida por revolucionar o tratamento de transtornos mentais, foi aprovado pelo Senado em 27 de abril. O veto de Bolsonaro foi publicado na edição desta quarta-feira (25) do “Diário Oficial da União (DOU).

Na justificativa para o veto, Bolsonaro afirma que “não é possível avaliar a envergadura dos feitos da médica Nise Magalhães da Silveira e o impacto destes no desenvolvimento da Nação, a despeito de sua contribuição para a área da terapia ocupacional”.

DIZ BOLSONARO – “Ademais, prioriza-se que personalidades da história do País sejam homenageadas em âmbito nacional, desde que a homenagem não seja inspirada por ideais dissonantes das projeções do Estado Democrático”, diz o presidente.

Bolsonaro não sabe quem foi Nise da Silveira. A alagoana se formou médica em 1926 e foi a única mulher da turma de 158 alunos. Ela se autodefinia como psiquiatra rebelde e questionava o que, naquela época, eram considerados progressos da psiquiatria: lobotomia, eletrochoque.

Em 1936, quando era médica do Hospital Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro, Nise chegou a ser presa acusada de propagar ideias extremistas.

FOI INCENTIVO – A experiência na prisão foi mais um incentivo para luta da doutora Nise: abrir espaço nos hospitais e nas mentes de outros profissionais para outras maneiras de tratar os transtornos psiquiátricos. Entre elas, a terapia por meio das artes. Nise também desenvolveu pesquisas sobre uso de animais, como cães, nos tratamentos psiquiátricos.

Mantido dentro do Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, o livro dos “Heróis e Heroínas da Pátria” existe desde 7 de setembro de 1989 e tem valor simbólico na preservação da memória nacional.

Ele homenageia personagens considerados fundamentais para a construção da história brasileira. Feito de aço e com apenas dez páginas, o livro guarda nomes como o de Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes; do líder Zumbi dos Palmares; da enfermeira Anna Neri; do compositor Heitor Villa-Lobos; da revolucionária Anita Garibaldi; do Marechal Rondon; do jornalista e historiador Euclides da Cunha; e do escritor Machado de Assis.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O Senado pode derrubar o veto, sob o argumento de que “a ignorança dos governantes é que astravanca o progressio”. (C.N.)

Codevasf burla licitação, tem obra suspensa e vira alvo do TCU por manobrar emendas

Concurso Codevasf: companhia poderá ter atuação ampliada

Codevasf se tornou uma manancial de tráfico de influência

Mateus Vargas e Flávio Ferreira
Folha

Processo em curso no TCU (Tribunal de Contas da União) aponta que a estatal federal Codevasf burlou uma licitação para realizar obras de pavimentação de R$ 25 milhões no Distrito Federal aproveitando-se de manobra que levou ao afrouxamento das regras de concorrências no governo Jair Bolsonaro (PL).

A estratégia da Codevasf, revelada pela Folha, é a de considerar serviços de pavimentação como trabalhos de engenharia simples, que podem ser cotados por metro quadrado tendo por base modelos fictícios de vias. O mecanismo empregado para asfaltamento conta com aval do próprio TCU.

MANOBRA ILEGAL – Porém, no caso do DF, a área técnica do tribunal de contas apontou que a Codevasf adotou esse modelo simplificado de maneira ilegal, uma vez que as obras são complexas e têm ligação com um anel viário regional. O TCU então mandou suspender provisoriamente a execução dos contratos.

A medida reforça os indícios de que a estatal aproveita a manobra da flexibilização das licitações para dar vazão aos valores de emendas parlamentares, deixando em segundo plano o planejamento e a fiscalização das obras. A Codevasf foi entregue por Bolsonaro a partidos do centrão em troca de apoio político no Congresso.

A decisão preliminar do TCU que suspendeu as obras no DF foi tomada no fim de abril, após a Folha publicar uma série de reportagens que mostrou o aumento de 240% no uso do modelo afrouxado de concorrência em 2021, o descontrole administrativo que abrange R$ 4 bilhões e a participação de apenas uma empresa ou o uso de firma de fachada em muitos pregões.

IRREGULARIDADES – Os serviços suspensos são de asfaltamento de ruas de acesso a quatro escolas públicas da capital federal, localizadas de 40 km a 60 km do Palácio do Planalto.

Os auditores do TCU ainda dizem que há risco de pagamentos indevidos por estudos que já tinham sido feitos pelo DER (departamento de vias) do Distrito Federal.

Eles também afirmam que a Codevasf apresentou no processo de contratação alguns dados diferentes daqueles que seriam de fato exigidos para a obra. A maior discrepância, considerada grave pelos técnicos, é que a licitação considerou um pavimento com espessura de 3 cm, mas o projeto requer uma espessura de 9,5 cm.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nota-se a importância da imprensa livre, porque a voracidade dos corruptos é insaciável. E uma pergunta não quer calar: Por que a Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio São Francisco destina verbas do orçamento paralelo a Brasília, que nada tem a ver com o Velho Chico? (C.N.)

Ação contra Moro é inócua, sem base legal e pode reverter contra os deputados do PT

Moro assume cargo de diretor em empresa norte-americana de consultoria

Se Sérgio Moro quiser, pode processar os deputados do PT

Jorge Béja

A Ação Popular que alguns deputados do Partido dos Trabalhadores deram entrada contra o ex-juiz federal Sérgio Moro, com pedido de indenização por danos patrimoniais e morais, é de uma insensatez, de uma bizarrice e de tamanha ignorância e teratologia jurídica que custa crer que seja verdade mesmo. Mas é.

O juiz já recebeu a petição da esdrúxula ação e determinou a citação de Moro para apresentar defesa. Poderia até tê-la indeferido de plano, exarando, desde logo, sentença terminativa do feito, por inépcia, por impropriedade da ação escolhida, pela ilegitimidade processual passiva de Sérgio Moro e por muitas outras razões legais.

TUDO ERRADO – Ação Popular contra quem já foi e não é mais agente público? Onde já se viu isso? O artigo 6º da velha ação popular (Lei 4717/1965), indica que apenas “autoridades, funcionários ou administradores públicos” é que podem ser alvo da referida ação.

Quem já foi – como é o caso de Moro – perde a legitimidade para figurar no polo passivo desta ação. Erro primário, portanto.

Além disso, a responsabilidade civil de um juiz, isto é, o dever de indenizar, por decisões que adota no processo que preside e julga, só existe nos casos de dolo ou fraude de sua parte quando, sem justo motivo, recusar, omitir ou retardar medidas que deve ordenar de ofício ou a requerimento da parte ….quando proceder com dolo ou fraude, conforme está previsto no artigo 143 do Código de Processo Civil.

IGNORÂNCIA – Quanta tolice dos deputados do PT! Ignoram que as decisões de Moro, quando à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba, foram revistas, no mínimo por mais 8 magistrados que lhe eram superiores: 3 do Tribunal Regional Federal do Rio Grande do Sul e mais 5 do Superior Tribunal de Justiça. Isso sem contar os ministros do Supremo Tribunal Federal, que julgaram recursos no tocante às decisões de Moro.

Mas o juiz que acolheu a petição inicial desta tresloucada Ação Popular contra Moro e determinou a citação do ex-juiz para se defender, o magistrado abriu a oportunidade para que Moro, na contestação, faça uso do instrumento processual denominado Reconvenção.

Não há reconvenção em ação popular. No entanto, como o juiz aceitou essa ação totalmente irregular e fora do eixo, pode estar abrindo a possibilidade de Moro reconvir, passa de réu a autor. Numa só ação seriam embutidas duas: a dos deputados do PT contra Moro e a de Moro contra esses parlamentares.

DIZ O CÓDIGO – O instituto da Reconvenção é antiquíssimo. Atualmente está previsto a partir do artigo 343 do Novo Código de Processo Civil:

“Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa”. Indaga-se: e se os deputados do PT, amedrontados com a reconvenção que poderá culminar com a condenação deles a pagar vultosa indenização a Moro, desistirem da ação diante do medo?

A resposta é: não podem desistir mais. Os deputados terão de sofrer as consequências de sua iniciativa insana:

NA FORMA DA LEI – “A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção” (CPC, artigo 343, parágrafo 2º).

É quase certo que esta previsão (que não é astrológica, e sim fundada na experiência de mais de 40 anos de militância advocatícia exclusivamente neste ramo do direito “Direito das Obrigações – Reparação de Danos”) certamente pode acontecer. Seria a primeira reconvenção em ação popular. Moro tem imensa cultura jurídica para fazê-lo. E os deputados do PT que  tratem de arranjar dinheiro – e muito dinheiro – para pagar indenização a Sérgio Moro.