Rede Record estende tentáculos para 'agarrar' primazia da Globo

Depois de meses de conversações intensas - e de um período de "casamento" experimental que acabou em interrupção - chega a certeza a brasileira Rede Record vai mesmo alargar o seu raio de acção em Portugal, firmando lugar na TV Cabo. O diálogo entre as duas entidades envolvidas no projecto mantém-se aceso rumo ao entendimento final, ainda sem data definida.

"Mas as coisas estão bem adiantadas. Será para breve", adiantou ontem ao DN o presidente da estação, Aroldo Martins, que confirma assim a futura representação, na maior operadora nacional de televisão por cabo, das transmissões internacionais da Record - até agora acessíveis apenas aos assinantes da Cabovisão, TvTel, Pluricanal e Bragatel.

Difundida (via cabo e satélite) para os EUA, Canadá, Brasil, África - - Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde, África do Sul - e toda a Europa, a Rede Record acaba de relançar o sinal no Japão (com uma nova distribuidora) e prepara--se para "entrar na Austrália já em Abril/Maio".

O objectivo estrutural daquela que é a segunda televisão mais vista do Brasil é competir com a Globo e a Bandeirantes.

"Queremos abrir o nosso raio de influência ao mundo, para maximizar as três grandes apostas que fizemos em matéria de trabalho e investimento, a saber as novelas, o desporto e o jornalismo", revela Aroldo Martins, empenhado em "arrebatar bons níveis de audiência" com estes conteúdos próprios. Quanto ao objectivo primordial, ainda que geograficamente mais restrito, passa por ultrapassar a Globo.

"A Record tem uma doença e uma cura, e uma e outra resumem- -se a passar a toda-poderosa", assume o presidente, orgulhoso do seu segundo lugar habitual no prime-time e dos "horários esporádicos, como o da novela", que lhe permitem beliscar a primazia da rival.

"Ainda há muito para fazer antes do fim, mas estamos no bom caminho. Como se diz no Brasil, a gente pegou na veia e agora vai. Queremos vencer. E eles [os da Globo] sabem isso."

Com mais de 50 anos, a Rede Record foi comprada pela IURD em 1990, mas recusa o papel de veículo da igreja. "Em 24 horas, 21 são de conteúdos generalistas. Somos tão religiosos como a TVI", garante Aroldo Martins.

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