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Seu Jair sentiu febre e dores no corpo, foi ao hospital fazer "chapa do pulmão" e regressou ao palácio mantendo distâncias. "Estou evitando", disse ele. Aproximações. A máscara, agora, afivelada. Desta vez, o sanfoneiro não sanfonou e seu Jair não fez a rábula do atleta sacudindo "gripezinha ou resfriadinho". Seu Jair fez o teste da covid 19 porque a febre estava a 38 e achou melhor tirar a prova dos 9. Ou acharam por ele. O que quer que fosse, febre dos fenos, um ácaro desgovernado, o perfume da flor cadáver que um cara de São Paulo trouxe do Oriente, talvez a chapa despistasse, o resultado chega hoje. Haja fé, não vai ser uma gripezinha que o vai derrubar. Seu "instante de febre" não dará um poema que lhe pergunte " e agora?", e daí? Ele dispensa essa pirexia do espírito, não vá algum leviano colocar na vitrola a Ciranda da Bailarina, uma buarquice pior que hipertermia maligna. "Não livra ninguém, / todo o mundo tem remela / quando acorda às seis da matina. / Teve escarlatina / ou tem febre amarela. / Só a bailarina que não tem". Por essas e por outras, manteve seu Jair suspensa a assinatura mais poderosa, encostando à parede um tal Camões.
No regresso ao palácio, ao cruzar-se com o grupo do costume, ainda sem resultados, seu Jair atestou aos apoiantes que está tudo bem. Desta vez, não invocou o "histórico de atleta". Pelo sim, pelo não, pôs a máscara. E assegurou que continua a ingerir a milagrosa hidroxicloroquina.
Se a febre, entretanto, não baixar há-de pedir parecer ao amigo Gilson, o sanfoneiro que nunca lhe falha, em dó sustenido. Afinal Gilson é solista de uma banda de forró chamada Brucelose e fez tese de mestrado em veterinária.
Ouça a crónica "Sinais", de Fernando Alves, na íntegra.
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