Mandetta na CPI: ordem para uso de cloroquina não partiu do Ministério

Acompanhe o depoimento do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta na CPI da Covid. O também ex-ministro Nelson Teich deve depor durante a tarde. Ambos falam na condição de testemunha

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta é a primeira pessoa a prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga ações e omissões do governo durante a pandemia de covid-19. O ex-ministro depõe na condição de testemunha. No período da tarde, também será ouvido o ex-ministro Nelson Teich, que sucedeu Mandetta e ficou no cargo apenas 29 dias.

À frente da pasta entre 1º de janeiro de 2019 e 16 de abril de 2020, Mandetta encarou a chegada do novo coronavírus ao Brasil e esteve a par das primeiras políticas adotadas pelo governo para conter a propagação do vírus. O ex-ministro foi demitido em meio a divergências com o presidente em relação a medidas de isolamento social e tratamento precoce. 

Durante o depoimento, Mandetta afirmou que não partiu do Ministério da Saúde orientação para uso de cloroquina, indicada pelo presidente Jair Bolsonaro. “Não, não partiu do Ministério da Saúde. A única coisa em relação à cloroquina que o ministério fez, após consulta ao Conselho Federal de Medicina, era para uso compassivo, que é uma utilização que se faz quando não há outro recurso terapêutico, para os pacientes graves em ambiente hospitalar”, disse.

“Mesmo porque a cloroquina é uma droga que, sim, para uso indiscriminado sem monitoramento, a margem de segurança dela é estreita. Também não é um medicamento, aquela coisa que, se bem não faz, mal também não faz. Ela é um medicamento e, como todo medicamento, tem uma série de reações adversas, uma série de cuidados que têm que ser feitos. E a automedicação com cloroquina e outros medicamentos poderia ser muito, muito perigosa para as pessoas.”

Mandetta também afirmou que "era muito constrangedor para o ministro da Saúde ficar explicando que estava indo por um caminho e o presidente por outro"

Mandetta disse ter avisado o presidente Jair Bolsonaro sobre a necessidade de políticas de isolamento social, mas houve discordâncias. Para ele, as medidas “eram adequadas” desde aquele momento, no início da pandemia, pelo já comprovado alto índice de transmissão do vírus.

O ex-ministro disse ter escrito uma carta em defesa do isolamento e entregue a Bolsonaro, em uma reunião com outros ministros no Palácio da Alvorada. "Todas as recomendações, as fiz com base na ciência, a vida e a proteção. Eu as fiz nos conselhos de ministros e diretamente ao presidente", afirmou.

O ex-ministro continua respondendo perguntas dos senadores.

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