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22/07/2014

às 11:18 \ Folhetinescas

Vilã de Marjorie Estiano brilha na estreia de ‘Império’

Na estreia de 'Império', Aguinaldo Silva tratou de dar o que o público mais adora: Cora (Marjorie Estiano) uma vilã para amar odiar (Divulgação)

Na estreia de ‘Império’, Aguinaldo Silva tratou de dar o que o público mais adora: Cora (Marjorie Estiano) uma vilã para amar odiar (Divulgação)

Se faltou vilã à novela anterior, Em Família, o espaço destinado à maior megera do horário nobre foi muito bem preenchido antes que terminasse o primeiro bloco de Império, novela das nove que a Globo estreou nesta segunda (21). Interpretada de um jeito de que dá gosto de ver por Marjorie Estiano, atriz que ainda outro dia se destacou em Lado a Lado (2012), Cora não é Nazaré, não é Carminha, muito menos Tereza Cristina ou Odete Roitman. Em tão pouco tempo, mostrou ser única, comparável somente, quem sabe, à Perpétua (Joana Fomm) de Tieta (1989) – sem, é claro, o tom caricatural e as vestes de viúva.

Cora é a irmã recalcada, que vive uma relação de interdependência com a romântica Eliane (Vanessa Giácomo). Víbora suburbana, impediu, por maldade e também para não perder o teto na casa do cunhado, que a irmã fugisse com seu grande amor, José Alfredo (Chay Suede/Alexandre Nero). O disse-me-disse característico de folhetim – ou de “novelão”, como o autor Aguinaldo Silva vem chamando – acabou mudando o rumo do protagonista José Alfredo (Chay Suede/Alexandre Nero). Por causa do instinto de sobrevivência de Cora, o protagonista entrou na rota da riqueza e chegará rico ao quarto capítulo, quando a trama voltará dos anos 80 para os dias atuais. “Se isso é ser má, então eu sou”, disse ela, ao justificar que armação era a única maneira de proteger a irmã.

Chay Suede, revelado no reality Ídolos (Record) ex-integrante do grupo adolescente Rebelde, causou boa impressão como o protagonista José Alfredo, na juventude (Divulgação)

Chay Suede, revelado no reality ‘Ídolos’ (Record) e ex-integrante do grupo adolescente Rebelde (da novelinha homônima do SBT), causou boa impressão como o protagonista José Alfredo, na juventude (Divulgação)

Na segunda fase, a personagem será assumida por Drica Moraes, e o noveleiro certamente se surpreenderá com o quanto ela e Marjorie podem ser parecidas. Cora não poderia estar em mãos melhores, e a escalação repercutiu instantaneamente nas redes sociais – no Twitter, o aplauso para Cora foi geral.

Embalada por Lucy in the sky with diamonds, dos Beatles na voz do cantor Dan Torres (participante do reality show Fama, de 2004), Império apresentou um primeiro capítulo promissor, com belas imagens do Monte Roraima, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, uma narrativa enxuta e um argumento que tem tudo para se tornar uma boa história. De certa forma e guardadas as diferenças entre as duas novelas, lembrou a estreia de Senhora do Destino, sucesso que Aguinaldo escreveu em 2004, e com um começo tão impactante quanto. Neste ponto, chama atenção ainda que a produção pareça um pouco diferente das novelas coloridas que o autor costuma fazer – mas não se iluda, o colorido e o tom popular virá após o prólogo.

Há que se considerar que as sagas envolvendo riqueza e disputas familiares estão longe de ser uma novidade na teledramaturgia. E é realmente interessante perceber o quanto as histórias envolvendo garimpo e pedras preciosas são caras aos autores, há décadas. Mas novela ainda é o gênero que acontece no dia a dia, de cena em cena, e no qual o bom aproveitamento dos clichês é o que separa o sucesso do fracasso. Por isso, a velha fantasia de estar cavando numa mina em algum lugar ermo do planeta e, de repente, encontrar o diamante que mudará sua vida pode, sim, transformar-se um roteiro irresistível. A senha foi dada foi Sebastião Feliciano, personagem adorável de Reginaldo Faria, que precisou durar somente um capítulo para mudar a vida de José Alfredo. Disse ele antes de morrer, num final épico: “Jogue por mim no time dos aventureiros. E ganhe!”

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5 Comentários

  1. Cristiane

    -

    24/07/2014 às 18:12

    Tbm achei injusto chamarem a Cora de megera, ela pode não ter tido lá muito tato, mas concordo que ela foi sensata e não dá pra dizer que não tivesse razão na traição de Eliane e José Alfredo ao irmão … aliás, mau caratismo pra mim é traição entre cunhados, isso sim foi uma vilania dos mocinhos.

  2. marlene

    -

    23/07/2014 às 23:40

    também achei a vilã bem sensata,nada do que ela disse ou fez me pareceu errado ela só evitou uma tragedia na família.

  3. Liana Maia

    -

    23/07/2014 às 6:08

    Não achei a cora uma má pessoa. Ela e realista.

  4. Fabio Hort

    -

    23/07/2014 às 0:33

    boas interpretações, direção impecável, fotografia maravilhosa, trilha sonora empolgante: os 2 primeiros capítulos ja valeram por toda Em família

  5. Luiz Eduardo

    -

    22/07/2014 às 18:19

    Não entendi, realmente, os rasgados elogios à novela. Ser bem recebido pelo irmão na sua casa, depois comer a mulher dele e planejar fugir com ela dá a impressão que é o certo. Fala sério! Tirando a fotografia, as novelas da Globo são de uma mesmice de fazer dó, e cheia de maus exemplos. A megera, como vcs dão a entender, foi a única pessoa sensata da trama.

 

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