Médios Esquerdos
Rogério (17/02/1922)
Arte e velocidade
Jogou 12 épocas no Benfica, entre 42/43 e 53/54. Fez 423 jogos e marcou 288 golos, com 20 hat-tricks pelo meio (10 de 3 golos, 6 de 4 golos e 4 de 5 golos). Estreou-se a 04/10/42, nas Salésias, frente ao Belenenses, tendo marcado um golo nesse jogo, em que, por vontade do treinador Janos Biri, actuou a ponta-direita. Mas Rogério foi um jogador versátil. Como extremo, alinhou à esquerda (223 jogos) e à direita (73 jogos).
Adaptava-se, também, a qualquer posto na linha avançada, fazendo com muito acerto o lugar de interior direito (102 jogos). Era um jogador extremamente habilidoso, com dois pés inteligentes e bastante veloz. Detinha um invulgar sentido de oportunidade e era subtil no trato da bola. A sua técnica apurada permitia-lhe a execução de malabarismos que trocavam os olhos aos adversários.
Aproveitando a sua velocidade e a sua destreza a jogar com ambos os pés, Janos Biri fixou-o na posição de ponta esquerda, em que fez fama. Todavia, o técnico Ted Smith, no Benfica desde 48/49, aproveitando o seu virtuosismo, utilizou Rogério com frequência no lugar de interior esquerdo, a partir de 49/50. Internacional em 15 jogos, o "Pipi", como ficou conhecido no meio futebolístico, marcou 2 golos pela Selecção.
Como jogador do Benfica, conquistou a Taça Latina, 3 Campeonatos Nacionais e 6 Taças de Portugal. É o jogador português com mais golos em finais da Taça de Portugal - 15, tendo marcado 5 dos 8 tentos com que o Benfica derrotou o Estoril-Praia na final de 43/44!
Cavém (21/12/1932 - 11-01-2005)
Arrojo, voluntariedade e valentia
Jogou 14 épocas, entre 55/56 e 68/69, marcando 125 golos (5 hat-tricks - 3 de 3 golos e 2 de 4 golos) em 542 jogos. Estreou-se a 01/12/55, na festa do primeiro aniversário do Estádio do SLB, frente ao Valência, jogando na posição onde se viria a notabilizar: extremo esquerdo (238 jogos). O treinador era, então, Otto Glória. Cavém era um jogador imprevisível a driblar e a cabecear.
Um atleta brioso, que dava o máximo do seu esforço pela vitória. Era decidido, arrojado, voluntarioso e revelava um excelente sentido de oportunidade. Perfeito intérprete do futebol atlético, Cavém foi o maior polivalente do futebol português. Adaptável a qualquer posição, jogou em 9 lugares (só não foi titular como guarda-redes e como avançado-centro), distinguindo-se não só como extremo esquerdo mas também como defesa direito (197 jogos).
Foi esta a posição que ocupou até ao final da sua carreira, após a chegada de Riera, na época de 62/63. Internacional em 18 jogos, marcou 5 golos pela Selecção portuguesa. Pelo Benfica, foi Bicampeão Europeu, venceu 9 Campeonatos Nacionais e 4 Taças de Portugal.
Detém o golo mais rápido em finais da Taça: no jogo decisivo de 58/59, disputado frente ao FC Porto, no Estádio Nacional, Cavém abriu o activo aos 27 segundos, fixando, ao mesmo tempo, o resultado do encontro.
Chalana (10/02/1959)
Genialidade e magia
Foi, depois de Eusébio, o baluarte máximo do futebol benfiquista, reunindo, no grau supremo, qualidades que fizeram dele um jogador de excepção: habilidade, velocidade, génio e magia.
Foi uma espécie de mago do futebol. Tornou-se, por isso, num ídolo dos benfiquistas. Estreou-se no Clube pela mão de Mário Wilson a 07/03/76, frente ao Farense (3-0), na Luz, em jogo do Campeonato Nacional, tendo entrado ao intervalo para substituir Toni.
Senhor absoluto do corredor esquerdo, arrancava assistências fatais depois de baralhar com a sua finta desconcertante um ou mais defesas que lhe aparecessem no caminho.
O facto de possuir um pé esquerdo sobredotado não implicava a falta de arte no direito, que utilizava com a mesma naturalidade dos destros.
Chalana tratava o esférico com a mesma facilidade que os malabaristas profissionais executam os seus números de circo. O seu talento levava o êxtase às bancadas, fazendo delirar o público com os seus lances prodigiosos. Estreou-se na Selecção Nacional com apenas 17 anos, 8 meses depois de o fazer na equipa principal do Benfica.
Em 1984, por ocasião do Europeu de França, maravilhou o mundo do futebol com o seu engenho e a sua arte, contribuindo decisivamente para o 3º lugar alcançado pela equipa lusa.
A sua habilidade invulgar condenava-o muitas vezes a ser travado pelos adversários com entradas duras. E foram justamente as lesões que o afastaram dos relvados em diversos períodos da sua carreira.
Em 89/90, fez a última época de águia ao peito. Pelo Benfica, realizou 410 jogos, 308 como médio esquerdo, tendo marcado 64 golos. Venceu 6 Campeonatos Nacionais e 2 Taças de Portugal. Pela Selecção, fez 27 jogos e marcou 2 golos.