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SÔNIA BRAGA

Sônia Braga em Saramandaia, 1976. TV Globo

   


TRAJETÓRIA

Sônia Braga nasceu em 8 de junho de 1950, em Maringá, no Paraná. Com um ano de idade, mudou-se para Curitiba com os pais e os sete irmãos. Em seguida, a família foi para Campinas e, depois, para São Paulo. Aos 14 anos, começou a fazer pequenos papéis em programas e teleteatros infanto-juvenis na TV Tupi. Um desses programas era o Jardim Encantado, apresentado por seu irmão Hélio. Em seguida, integrou um grupo teatral que se apresentava na região do ABC e ficou um ano em Santo André.
 
Em 1968, Sônia Braga participou do elenco da primeira montagem brasileira da peça Hair, dirigida por Ademar Guerra. No ano seguinte, foi escalada para atuar em A Menina do Veleiro Azul, de Ivani Ribeiro, na TV Excelsior, mas a emissora fechou antes de a novela ir ao ar. Foi convidada, então, para fazer Irmãos Coragem (1970), de Janete Clair, na Globo. Nos anos seguintes, trabalhou em outras duas novelas da autora: em Selva de Pedra (1972), no papel de Flávia, e em Fogo Sobre Terra (1974), como Brisa.
 
Apesar do sucesso nos palcos e da atuação em telenovelas, foi no infantojuvenil Vila Sésamo, exibido a partir de 1972, que Sônia Braga se tornou conhecida do grande público. No programa, que explorava o potencial educativo da TV, viveu a doce professora Ana Maria, contracenando com Armando Bógus, Aracy Balabanian, Flávio Galvão, Manuel Inocêncio e os bonecos Garibaldo e Gugu, interpretados por Laerte Morrone e Roberto Orozco. Ainda em 1972, foi eleita revelação feminina e ganhou o Troféu Helena Silveira.
 
Na mesma época, Sônia Braga trabalhou em três episódios do programa Caso Especial, todos adaptados por Domingos Oliveira. Em 1975, deu vida à protagonista da novela Gabriela, exibida no horário das 22h. Adaptação de Walter George Durst do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, a novela teve a direção de Walter Avancini e foi um grande sucesso nacional e internacional, alçando Sônia Braga ao posto de símbolo sexual. Em visita a Portugal, por exemplo, a atriz percorreu ruas em carro aberto, com batedores e guarda-costas.
 
Sônia Braga voltaria a encarnar personagens de Jorge Amado no cinema. Em 1976, fez o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, ao lado de José Wilker e Mauro Mendonça. O filme foi um fenômeno de bilheteria do cinema brasileiro, com 12 milhões de espectadores, e também teve grande repercussão no exterior. Em 1983, Sônia Braga protagonizou Gabriela, Cravo e Canela (1983), de Bruno Barreto, quando contracenou com Marcello Mastroiani – o ator interpretou o “turco” Nacib, personagem vivido por Armando Bógus na produção da Globo. A atriz também atuou em Tieta (1996), de Cacá Diegues.
 
Na televisão, depois de Gabriela, participou do elenco de Saramandaia (1976), de Dias Gomes. Interpretava Marcina, mulher sensual que provocava incêndios com o calor do seu corpo. No ano seguinte, atuou em Espelho Mágico (1977), de Lauro César Muniz, como a atriz iniciante Cynthia Levy. Um dos destaques da trilha sonora da novela é a versão que Gal Costa gravou de Tigresa, música que Caetano Veloso compôs em homenagem à atriz.
 
Ainda no final da década de 1970, Sônia Braga deu vida a outro personagem de grande sucesso: a Júlia Matos, em Dancin’ Days (1978), de Gilberto Braga. Nesta história urbana, a atriz personificou uma ex-presidiária, que sai da prisão disposta a reconquistar o amor de sua filha, então interpretada pela novata Gloria Pires. Uma das cenas inesquecíveis da novela foi o retorno triunfal de Júlia ao Rio, após um período no exterior, em que ela dá um show de dança na discoteca da trama, vestindo bustiê e sandálias de salto alto com meia de lurex, que viraram a sensação da época.
 
Em 1979, Sônia Braga se aventurou no teatro infantil na peça No País dos Prequetés, de Ana Maria Machado. No ano seguinte, voltou à televisão para protagonizar, ao lado de Tony Ramos, a novela Chega Mais, de Carlos Eduardo Novaes. Os dois deram vida ao casal Gelly e Tom.
 
No início dos anos 1980, a atriz, que já tinha feito filmes como A Dama do Lotação (1978), de Neville de Almeida, decidiu se dedicar exclusivamente ao cinema. Em 1981, estrelou Eu Te Amo (1981), de Arnaldo Jabor, e ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado. Em 1985, protagonizou o filme O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco, contracenando com Raul Julia e William Hurt. O sucesso do filme abriu as portas do mercado internacional para Sônia Braga e lhe rendeu a indicação ao Golden Globe de melhor atriz coadjuvante. Foi nessa época, então, que ela decidiu deixar o Brasil e tentar carreira nos EUA, onde morou por 14 anos, obtendo cidadania americana em 2003.
 
Nesse período, trabalhou em 42 filmes, entre os quais: Rebelião em Milagro (1988), de Robert Redford; Luar sobre Parador (1988), de Paul Mazursky, quando voltou a receber uma indicação ao Golden Globe de melhor atriz coadjuvante; e Rookie, um profissional do perigo (1990), de Clint Eastwood. Além disso, atuou em episódios de 11 seriados de TV norte-americanos, como The Cosby show (1986), Sex and the city (2001), American Family (2002), Law & Order (2003), CSI: Miami (2005), Alias (2005) e Brothers and Sisters (2010/2011).
 
Sônia Braga concorreu a diversos prêmios prestigiados nos Estados Unidos. Por sua atuação em The Burning Season (1994), de John Frankenheimer, foi indicada pela terceira vez para receber o Golden Globe de melhor atriz coadjuvante e concorreu, também, ao Emmy Awards. Em 1996, ganhou o Lone Star Film & Television Awards, como melhor atriz coadjuvante, por seu trabalho em Streets of Laredo (1995), de Edward D. Wood.
 
Em 1999, depois de quase 20 anos afastada da televisão brasileira, a atriz fez uma participação especial nos 10 capítulos iniciais da novela Força de um Desejo (1999), de Gilberto Braga e Alcides Nogueira, no papel de Helena Silveira, mãe dos personagens de Fábio Assunção e Selton Mello. Em 2001, fez parte do elenco do filme Memórias Póstumas, de André Klotzel, baseado na obra de Machado de Assis. Por sua atuação nesse filme, ganhou o Kikito de ouro de melhor atriz coadjuvante, no Festival de Cinema de Gramado.
 
Em 2006, voltou a trabalhar em uma telenovela da Globo, interpretando a escultora Tônia em Páginas da Vida, de Manoel Carlos. Em 2010, Sônia Braga protagonizou o episódio A Adúltera da Urca, da minissérie As Cariocas e em 2011, fez uma participação especial na série Tapas & Beijos.



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